Encontro do FMI e do Banco Mundial
Todo ano, nesta época, líderes da economia e finanças de todo o mundo se reúnem para o encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Este ano, a reunião acontece em Washington.
Histórico das Reuniões
Esses encontros se repetem há oitenta anos, desde a criação do FMI e do Banco Mundial, principalmente pelos Estados Unidos, após o final da Segunda Guerra Mundial.
Desafios em Kazan
No entanto, atualmente, eventos na cidade de Kazan, no sul da Rússia, podem fazer com que essas reuniões percam parte da sua relevância. Em Kazan, os presidentes da Rússia e da China lideram uma cúpula dos países do Brics. Uma das propostas centrais dessa cúpula é estabelecer um sistema financeiro internacional que permita escapar das influências do FMI e do Banco Mundial, ou seja, do dólar como principal moeda global. O Brasil é um apoiador dessa iniciativa.
Aquestões do Financiamento Internacional
O FMI costuma emprestar dinheiro a países, porém, impõe condições para isso. Na prática, não há credor que seja totalmente benevolente. Um exemplo disso são os países africanos que contraíram empréstimos da China e, atualmente, enfrentam dificuldades para pagá-los. Essa situação reflete uma questão geopolítica muito mais complicada do que meramente financeira.
Preferências Monetárias
O dólar, assim como o euro e a libra, goza de maior respeito e demanda, pois os agentes econômicos acreditam que estão mais seguros em termos jurídicos nos Estados Unidos ou na Europa, em comparação à China ou à Rússia. Além disso, eles sentem que há menos intervenção governamental nessas regiões do que em Pequim ou Moscou. Outra consideração importante é a convertibilidade: um yuan chinês, por exemplo, pode não ser tão atrativo. A questão é, quem determina essa taxa de câmbio?
Mundos em Conflito
É evidente que as reuniões de hoje em Washington e Kazan pertencem a contextos muito distintos. Essa divisão não se limita apenas à geografia, mas também se estende às instituições, à história e à cultura. Esses dois mundos estão em um choque direto, sendo que a economia nem sempre é o aspecto mais relevante nessa disputa.