Debate entre Candidatos à Prefeitura de São Paulo
O terceiro bloco do debate transmitido pela TV Bandeirantes, realizado na segunda-feira (14), abordou temas relevantes como a saúde pública e as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoia o atual prefeito Ricardo Nunes.
Este foi o primeiro encontro entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno. Os candidatos tiveram 12 minutos para debater diretamente, assim como ocorreu no primeiro bloco, e após isso, forneceram suas considerações finais.
Conflitos e Afirmativas
No início do bloco, Boulos questionou se Nunes estaria disposto a abrir seu sigilo bancário e o de suas empresas. O prefeito respondeu que não deve nada a ninguém, destacando seu caráter como “cristão e temente a Deus”, e asseverou que sua vida é pautada pela “correção”.
- Boulos: “Você abre seu sigilo bancário?”
- Nunes: “Não tenho absolutamente nada de errado na minha vida.”
O candidato do PSOL também reiterou que Nunes está sendo investigado por diversos casos, como a “máfia das creches” e superfaturamento. Em resposta, Nunes defendeu que suas contas já são acessíveis e sugeriu que Boulos deseja apenas criar um “factoide”. Ele também criticou a falta de experiência do rival, afirmando que seu governo não precisaria aumentar impostos.
Saúde nas Unidades Básicas
Boulos, então, mudou de assunto e indagou se é comum encontrar remédios nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Nunes confirmou que o orçamento para saúde foi ampliado e que várias UBS foram inauguradas durante sua gestão. No entanto, Boulos citou relatos populares que contradizem a afirmativa do prefeito, mencionando casos como a falta de dipirona.
Nunes atacou o PSOL, recordando que o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, tinha alta taxa de rejeição e que a legenda de Boulos não apresenta competência administrativa adequada.
Para Boulos, Nunes vive em uma “cidade da fantasia” e ressaltou que a questão é: manter o status quo ou promover mudanças.
Tratamento de Câncer
Boulos questionou o alto tempo de espera para tratamento de câncer, que pode chegar a seis meses. O prefeito argumentou que, após a morte do ex-prefeito Bruno Covas, um centro público foi inaugurado para tratar a doença na cidade.
- Boulos: “Por que a politicagem prejudica a cessão de terrenos para o Hospital do Câncer?”
- Nunes: “O terreno foi concedido, e estamos ajustando contrapartidas com o Tribunal de Contas.”
Pandemia e Políticas de Saúde
Boulos criticou a declaração de Nunes, em que ele afirmou que Bolsonaro fez tudo certo durante a pandemia. Nunes respondeu que houve acertos e erros, destacando que São Paulo foi capaz de vacinar sua população amplamente.
- Nunes: “Muita gente lamenta as mortes, e os registros das vacinas foram feitos corretamente nas UBS.”
- Boulos: “Você se arrependeu de ter apoiado a obrigatoriedade da vacina?”
Nunes reiterou que sua conversa era sobre a obrigatoriedade do “passaporte da vacina”, e não sobre a vacinação em si.
Segurança Pública
Boulos trouxe à tona declarações do vice na chapa de Nunes sobre o tratamento policial na periferia. Nunes defendeu o Coronel Mello Araújo e destacou sua trajetória de mais de 30 anos a favor da segurança pública.
- Nunes: “Boulos não gosta de polícia.”
- Boulos: “Aqueles que fogem da polícia estão ligados a crimes, como a máfia das creches.”
Boulos prometeu ampliar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana e enfatizou a necessidade de tratar cidadãos da periferia com igualdade.
Considerações Finais
Nunes agradeceu à população e reiterou sua experiência em gestão pública. Ele comentou sobre suas ações para melhorar a segurança, como a contratação de mais guardas metropolitanos e o aumento da assistência habitacional.
Boulos, por sua vez, denunciou uma tentativa de incutir medo na população ao mencionar extremismo. Ele destacou a necessidade de mudança na administração e condutas mais humanas nas políticas de saúde e segurança.
Em suas palavras, a eleição se baseia na escolha entre manter a situação atual ou promover uma transformação significativa.