Incidente Inédito no Serviço de Transplantes do RJ
Seis pacientes no Rio de Janeiro tiveram a infecção por HIV confirmada após receberem órgãos para transplante. A investigação inicial aponta falhas em testes realizados pelo laboratório responsável, marcando um episódio sem precedentes na história do Sistema de Doação de Órgãos, que desde 2006 já salvou mais de 16 mil vidas.
Segurança do Sistema de Transplantes
A secretária de Saúde do Rio, Cláudia Mello, enfatizou em entrevista que o Sistema de Doação de Órgãos é seguro. Ela afirmou: “Esse foi um caso sem precedentes que vamos monitorar e corrigir se necessário, mas o sistema é seguro e deve ser confiável para os potenciais pacientes e famílias que desejam doar”.
Investigação do Laboratório
O laboratório em questão, PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, foi contratado para realizar os testes de sorologia dos órgãos doados. Após o incidente, a Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório, que agora é alvo de uma investigação pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil.
Detalhes do Caso
- A situação foi revelada em 10 de setembro, quando um paciente, que havia recebido um coração em janeiro, apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV.
- A primeira coleta de sangue foi feita em 23 de janeiro, com resultados de todos os órgãos doados (rim, fígado, coração e córnea) sendo não reagentes para HIV.
- Além disso, dois pacientes que receberam rins confirmaram a infecção, enquanto o receptor da córnea testou negativo. O receptor do fígado faleceu, mas sua condição era crítica.
Ação do Governo do Estado
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou que, após a detecção do erro, todas as sorologias dos doadores passaram a ser transferidas para o Hemocentro Estadual (Hemorio), que é responsável pela retestagem.
Medidas Imediatas
O laboratório foi suspenso e interditado cautelarmente. A SES está realizando um rastreio de todas as amostras de sangue armazenadas desde dezembro do ano passado, data em que o laboratório foi contratado. Uma sindicância foi aberta para identificar e responsabilizar as pessoas envolvidas, mas detalhes sobre a identidade dos doadores e transplantados não serão divulgados por razões de privacidade.
Considerações Finais
Este caso é sem precedentes e a secretaria reiterou que o serviço de transplantes no Rio de Janeiro sempre se destacou pela excelência e segurança, continuando a trabalhar para garantir a integridade do sistema.