Casos de Candida auris em Belo Horizonte
Recentemente, foram confirmados quatro casos de infecção pelo superfungo Candida auris no Hospital João XXIII, localizado em Belo Horizonte. Dos pacientes infectados, dois já tiveram alta, um ainda está internado e o quarto caso resultou em óbito, mas a morte não está relacionada ao fungo. Outras 27 pessoas estão aguardando os resultados de exames.
Declarações do Secretário de Saúde
Durante uma entrevista, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, destacou que a situação está sob controle e assegurou que não houve registros de contaminação em outros hospitais de Minas Gerais. Ele afirmou: “É controlado, não temos outro hospital em Minas Gerais com este fungo. A população em geral pode ficar tranquila, ele não é capaz de infectar pessoas sadias. Nossa preocupação é no paciente frágil, nos hospitais.”
Origem e Transmissão do Fungos
O primeiro caso de infecção foi de um paciente que havia estado internado na Colômbia, onde a presença do Candida auris é mais comum em hospitais. Baccheretti explicou que “na Colômbia, esse superfungo é comum nos hospitais de lá, tem muito mais casos do que nós temos aqui no Brasil, e a partir daí nós tivemos a transmissão de outros três pacientes.”
O que é o Candida auris?
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente no Japão. Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram um alerta sobre sua presença na América Latina, recomendando medidas de prevenção e controle. No Brasil, o primeiro caso foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2020, em um hospital de Salvador, Bahia.
Por que é uma ameaça à saúde pública?
Segundo a Anvisa, o Candida auris representa uma séria ameaça à saúde pública devido a diversos fatores:
- Resistência a vários medicamentos antifúngicos frequentemente utilizados;
- Capacidade de causar infecções graves, especialmente em pacientes imunodeprimidos;
- Dificuldade na identificação laboratorial, podendo ser confundido com outras leveduras;
- Persistência no ambiente por longos períodos e resistência a desinfetantes;
- Propensão a surtos, devido à dificuldade de identificação e eliminação em ambientes contaminados.