Reeleição de Maia Sandu na Moldávia
A presidente Maia Sandu, que defende a adesão da Moldávia à União Europeia, foi reeleita em um segundo turno realizado no dia 3 de novembro. Sua candidatura foi apoiada por potências do Ocidente, enquanto seu oponente, Alexandr Stoianoglo, representava uma abordagem pró-Rússia. As eleições foram marcadas por acusações de interferência russa e fraude eleitoral.
Com quase 99% dos votos apurados, Sandu obteve 54,7% dos votos, enquanto Stoianoglo recebeu 45,3%. Durante seu discurso, Sandu comemorou a vitória, dizendo: “Moldávia, você é vitoriosa! Hoje, vocês deram uma lição de democracia, digna de ser escrita nos livros de história.”
Interferência da Rússia
Após as eleições, autoridades moldavas relataram uma “interferência massiva” da Rússia no processo eleitoral. Stanislav Secrieru, conselheiro de segurança nacional do governo, destacou que a interferência poderia distorcer os resultados da votação, classificando o momento como de alerta máximo para o país.
As denúncias de intromissão russa incluíram relatos de transporte ilegal de eleitores da região separatista da Transnístria, onde a Rússia mantém tropas. Tal prática é considerada ilegal de acordo com a legislação eleitoral da Moldávia, que exige que os cidadãos votem apenas nas seções eleitorais designadas. Durante a votação, informou-se que o número de eleitores que se deslocaram da Transnístria superou o total de votos do primeiro turno.
Campanha e votação
A campanha para as eleições deste ano foi marcada por preocupações com a possível interferência russa. Maia Sandu revelou que seu adversário, Ilan Shor, um oligarca pró-Rússia, havia tentado comprar votos de 300 mil cidadãos moldavos, o que representa mais de 10% da população.
Relações com a União Europeia
A Moldávia enfrenta desafios significativos, incluindo uma alta inflação e os efeitos da pandemia de Covid-19, exacerbados pela invasão da Ucrânia. A luta para entrar na União Europeia continua sendo uma prioridade para o governo Sandu, que estabeleceu um objetivo de adesão até 2030. Um referendo recente teve uma vitória ajustada de 50,35% para o campo que apoia a adesão à UE.
No sul da Moldávia, na região de Gagauzia, majoritariamente pró-Rússia, muitos eleitores expressaram descontentamento com a administração atual e preferiram votar em Stoianoglo, refletindo a divisão de opiniões no país.