Tragédia em Igrejinha
Manuela Pereira, de seis anos, faleceu no dia 7 de outubro, e sua irmã, Antônia, morreu em 15 de outubro. A mãe das gêmeas está detida temporariamente, suspeita de duplo homicídio. O pai, Michel Persival Pereira, não é investigado e prestou depoimento à polícia.
Declaração do Pai
Nesta sexta-feira (18), Michel, de 43 anos, se manifestou publicamente sobre a situação pela primeira vez. Ele ainda não sabe as causas das mortes das filhas. “Eu sou o pai das meninas, a única coisa que eu dei para elas foi amor. Até o último momento, eu não acreditava que fosse nada”, afirmou.
Gisele Beatriz Dias, mãe das crianças, está detida sob suspeita de feminicídio. A polícia acredita que as meninas possam ter sido envenenadas pela mãe, mas a defesa dela não foi contatada.
Processo Judicial
Gisele foi encaminhada à Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba e, na mesma data, a Justiça decidiu transferi-la para uma internação psiquiátrica. Abaixo, estão os principais pontos sobre o caso até agora:
- Como as gêmeas morreram
- Quando a investigação começou
- Motivo da prisão da mãe
- Suspeitas contra a mãe
- Relatos de testemunhas
- História de vida das gêmeas
1. Como as gêmeas morreram
Manuela e Antônia viviam em Igrejinha, a cerca de 90 km de Porto Alegre. Manuela faleceu no dia 7 de outubro devido a uma parada cardiorrespiratória, e Antônia morreu apenas oito dias depois, nas mesmas circunstâncias. O comandante do Corpo de Bombeiros local atendeu Antônia e confirmou que ela apresentava sintomas idênticos aos da irmã.
Em seu primeiro depoimento à polícia, Michel disse que nenhuma das meninas tinha problemas de saúde prévios e que Antônia tinha uma consulta médica marcada após a morte de Manuela.
2. Quando a investigação começou
A semelhança entre as mortes em um curto intervalo chamou a atenção da polícia. Inicialmente, não foram encontrados sinais de violência nos corpos. Laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) são aguardados para elucidar as causas das mortes.
3. Motivo da prisão da mãe
Gisele foi detida na noite de 15 de outubro por suspeita de duplo homicídio doloso, devido a:
- O breve intervalo entre as mortes;
- A presença da mãe sozinha com as meninas nos momentos das fatalidades;
- A semelhança nas causas das mortes.
Durante seu depoimento, ela negou ter causado qualquer mal às filhas e afirmou que sempre se dedicou a cuidar delas.
4. Suspeitas contra a mãe
A investigação aponta para a possibilidade de envenenamento como causa das mortes. Indícios que sustentam essa teoria incluem a mistura de medicamentos na comida do marido e a morte repentina de três gatos. O delegado Ivanir Caliari investiga se esses casos poderiam ser um teste para uma possível intoxicação das crianças, com os envenenamentos ocorrendo quando o pai estava fora de casa.
Outra questão levantada diz respeito a possíveis ciúmes da mãe em relação ao relacionamento do pai com as filhas. Em 2023, Gisele havia feito uma denúncia contra o pai por suposto abuso, conseguindo a guarda das meninas enquanto estavam separados.
5. Relatos de testemunhas
Médicos que atenderam as gêmeas apontaram a possibilidade de intoxicação por medicamento ou veneno, pois as meninas apresentaram hemorragias. Um dos peritos informou que o quadro apresentado não era comum para crianças de sua idade e que os sintomas sugeriam uma ingestão de substância prejudicial.
Testemunhas também relataram que Gisele demonstrava mais afeto por seu filho falecido do que pelas gêmeas, enquanto Michel era descrito como um pai presente e carinhoso.
6. História de vida das gêmeas
Antônia e Manuela eram as mais novas de quatro filhos. O irmão mais velho, Michel Persival Pereira Júnior, foi assassinado em novembro de 2022. As gêmeas estavam sob monitoramento da rede de proteção a crianças e adolescentes e chegaram a residir com o avô materno devido à perda da guarda por parte da mãe.
Durante um período, elas viveram com o avô em Taquara, e a situação da família foi acompanhada de perto. O Conselho Tutelar de Igrejinha, que monitorou as meninas desde 2022, não identificou sinais de maus-tratos. No entanto, uma comissão foi estabelecida para investigar possíveis falhas na assistência de proteção familiar.