Esquema Ilegal de Marcação de Exames em João Pessoa
A Polícia Federal (PF) revelou que uma organização criminosa estava envolvida em um esquema ilegal relacionado à marcação de exames e consultas na Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa. A ex-diretora de Atenção à Saúde, Alline Grisi, que foi exonerada recentemente, aparece em conversas que explicam o funcionamento do esquema. Essa investigação faz parte da Operação Território Livre.
Detalhes da Investigação
O inquérito foi aberto pela PF no dia 3 de outubro, mas as informações foram divulgadas somente no dia 17. A defesa de Alline Grisi destacou que ainda não teve acesso aos detalhes da investigação e está aguardando essa informação para se manifestar oficialmente.
A prefeitura de João Pessoa afirmou que não aceita qualquer ação que interfira na regulação dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ressaltando que isso vai contra a ética do serviço público.
Funcionamento do Esquema
Conforme a PF, o esquema visava permitir que determinados candidatos a vereadores indicassem pessoas com exames e consultas pendentes, permitindo que elas furassem a fila de agendamentos. A polícia destaca que:
- a regulação paralela de exames tinha como objetivo angariar votos e apoio político durante as campanhas eleitorais;
- candidatos prometiam resolver questões de marcação de exames durante visitas às casas dos eleitores;
- os pedidos eram entregues a uma equipe da prefeitura, chefiada por Alline Grisi, em envelopes, após o que eram atendidos de forma prioritária.
Comunicações Reveladoras
Durante uma conversa entre Alline Grisi e Lauremília Lucena, primeira-dama de João Pessoa, foi compartilhado um áudio que detalha o funcionamento do esquema. A gravação menciona:
- um candidato a vereador enviando demandas de marcação de exames e consultas via celular, o que não era o meio acertado;
- a importância do envio dos pedidos em envelopes como o procedimento correto;
- a subordinada de Alline Grisi afirmou que também cuidava das marcações ordinárias, além das demandas relacionadas aos gabinetes políticos.
A PF continua a investigar as ligações e os procedimentos da organização criminosa que visava manipular o sistema de saúde local para benefício político.