Introdução às Mudanças Climáticas e Aumentos de Risco
O risco de morte durante uma onda de calor é 34% maior em áreas com alta densidade populacional. Este fato foi abordado em um congresso recente de geriatria e gerontologia, onde foi discutida a relação entre o meio ambiente e a qualidade do envelhecimento. A médica e pesquisadora da Fiocruz, Gina Torres Rego Monteiro, destacou que as mudanças climáticas vão além do simples aumento da temperatura. Ela afirmou que “a Terra é um sistema conectado”, e que os efeitos dessas mudanças incluem:
- Secas extremas e falta de água;
- Incêndios severos;
- Tempestades devastadoras;
- Aumento do nível do mar, causando inundações costeiras;
- Declínio da biodiversidade.
Consequências para a Saúde
As ondas de calor representam sérios riscos à saúde, causando alterações cardiovasculares, respiratórias e oftalmológicas. Além disso, os três dias mais quentes já registrados ocorreram em julho de 2024, levando a cerca de 2.300 mortes associadas ao calor nos Estados Unidos no ano anterior. Esse número representa um aumento de 117% em comparação a 1999.
A médica Cristiane Novaes, diretora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, comenta que, enquanto a literatura científica ainda é escassa, há indicações de um cenário clínico mais complicado. Alterações na prevalência de doenças sensíveis ao clima estão se tornando cada vez mais comuns. As ondas de calor extremo têm intensificado doenças, principalmente entre idosos.
Impactos das Ondas de Calor
A lista de problemas provocados pelas ondas de calor é extensa, englobando:
- Taquicardia;
- Hipertensão;
- Irritações e inflamações das vias aéreas;
- Alterações oftalmológicas.
Além dos efeitos físicos, eventos climáticos extremos também contribuem para um aumento dos níveis de estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. As populações mais vulneráveis, especificamente crianças e idosos, são as mais afetadas em áreas superpopulosas.
Apelo dos Cientistas e Ações Necessárias
O relatório intitulado “2024 State of the Climate Report”, publicado na revista BioScience, traz um alerta preocupante dos cientistas. Eles atualizaram 35 “sinais vitais” do planeta e afirmam que “estamos entrando em uma fase sem precedentes na crise climática”. Os governos estão cientes das ações necessárias, que incluem:
- Limitar as emissões de carbono;
- Encerrar o uso de combustíveis fósseis;
- Investir em energias limpas;
- Proteger e restaurar a biodiversidade dos ecossistemas;
- Promover mudanças nos hábitos alimentares, priorizando dietas baseadas em plantas.