Condenação e Justiça Atrasada
Um ano e meio após ser condenado a 24 anos de prisão pela morte do adolescente Luciano Ângelo de Lima Filho, o policial militar aposentado Valdinei Cecílio de Brito continua em liberdade. A tragédia, que completa 12 anos nesta terça-feira, 8 de outubro de 2023, deixou a família de Luciano em busca de justiça.
No momento do julgamento, Luciano Ângelo de Lima, pai do jovem, expressou sua indignação: “A pior coisa do mundo foi ver, no dia do julgamento, ele [o PM] saindo pela porta da frente igual eu saí”.
A Tragédia de 2012
Luciano foi assassinado com um tiro nas costas um dia após seu aniversário de 15 anos, em 2012. O crime ocorreu em uma discussão entre ele e o então policial militar, perto de um posto de combustível na Avenida Patriarca, em Ribeirão Preto (SP). O desentendimento começou por conta de um cone de trânsito.
A Morte de Luciano
Segundo relatos da família, Luciano saiu de casa para inflar o pneu de sua bicicleta e, ao passar por cones de trânsito colocados por conta de uma obra, chutou um deles. Essa ação provocou uma discussão com Valdinei Cecílio de Brito, que resultou no disparo fatal. O momento em que Luciano caiu da bicicleta, já baleado, foi registrado pelas câmeras de segurança do local.
Após ser atingido, Luciano foi socorrido e levado para a Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virgínia, mas não sobreviveu. Na época do ocorrido, Valdinei alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que Luciano tentou assaltá-lo, o que foi descartado nas investigações subsequentes.
O Processo Judicial
O inquérito sobre o caso foi concluído em fevereiro de 2013, e Valdinei foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. Mesmo assim, ele foi levado a júri popular em abril de 2023 e condenado a 24 anos de prisão, mas não chegou a ser preso.
Luciano Ângelo de Lima, pai do adolescente, relatou sua frustração ao ver a sentença. “Achei que ia fechar [o ciclo] aquele dia que ele foi condenado. Achei que ele ia sair [do julgamento] preso e ia fechar metade do ciclo, porque a outra metade nunca mais vai voltar.” Ele recorda da dor ao ver seu filho no velório, com as mãos sujas de graxa, uma lembrança que o pai nunca conseguirá esquecer.