Tratamento e Complicações de Diego Paiva dos Santos
Lia Paiva compartilha a triste história de seu filho, Diego Paiva dos Santos, que faleceu em 7 de agosto, vítima de um infarto pulmonar causado por uma infecção generalizada. Embora outros órgãos, como coração, rins e fígado, tenham mostrado sinais de recuperação, o pulmão de Diego não conseguiu reagir adequadamente a uma bactéria, levando à sua morte. Ela enfatiza que, apesar de o uso do vape não ser a causa direta de sua morte, seu pulmão estava comprometido devido ao uso do dispositivo.
Histórico de Saúde de Diego
Diego, de 20 anos e ex-praticante de jiu-jitsu, machucou o ombro durante um treino. Inicialmente, a família acreditou que se tratava apenas de uma lesão simples. Ele passou por diferentes exames, incluindo um raio-X e uma ressonância, mas foi diagnosticado apenas com uma inflamação. No entanto, quando a dor persistiu, Diego retornou ao hospital.
Lia relata que “após muita insistência”, Diego foi atendido e, em breve, foi intubado com apenas 46% de saturação de oxigênio. Os exames revelaram a presença de uma bactéria que entrou em seu corpo através de um furúnculo. Acredita-se que ele tenha se contaminado no tatame, e a bactéria acabou alojada em seu ombro, resultando em choque séptico e internação na UTI.
Desdobramentos e Perda
A mãe contou que, nos primeiros dias de internação, os médicos estavam otimistas quanto à recuperação de Diego. “Em quatro dias, o fígado e os rins mostraram melhora, mas o pulmão não respondia”, disse. Infelizmente, na madrugada seguinte, ele apresentou um infarto pulmonar e faleceu. Lia utilizou imagens de pulmões para comparar a condição de seu filho e a de um pulmão saudável, evidenciando o quão comprometido estava.
“A causa principal foi a bactéria, mas o pulmão não reagiu por causa do uso excessivo do vape”, defendeu Lia, lembrando que Diego começou a fumar vape aos 15 anos e que tentava convencê-lo a parar.
Os Riscos do Uso de Vape
Margareth Dalcolmo, pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, advertiu sobre os perigos dos cigarros eletrônicos. Ela explicou que o uso do vape causa uma inflamação significativa nos pulmões e a destruição da estrutura pulmonar. O uso pode ser comparado a um enfisema pulmonar agudo.
Dados preocupantes indicam que o número de usuários de cigarros eletrônicos quadruplicou no Brasil, saindo de 500 mil em 2018 para 2,2 milhões em 2022. A proibição do uso do vape no país, vigente desde 2009, não parece ter inibido seu consumo, especialmente entre os jovens. De acordo com pesquisas, quase 20% dos jovens de 18 a 24 anos já experimentaram vapes, assim como 17% dos estudantes de 13 a 17 anos.
Substâncias Tóxicas Encontradas no Vape
Estudos recentes indicam que os cigarros eletrônicos podem ser até seis vezes mais intoxicantes em termos de nicotina em comparação aos cigaretos tradicionais. Além disso, pesquisas encontraram a octodrina, uma substância semelhante à anfetamina, entre os componentes dos vapes, juntamente com várias outras substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas.
“Os dispositivos eletrônicos para fumar são uma invenção diabólica da indústria do tabaco”, afirmou Margareth Dalcolmo, ressaltando que os jovens frequentemente desenvolvem dependência de forma rápida e intensa.