Introdução
A atuação em segurança privada não é considerada crime, mas investigações da Delegacia de Homicídios da Capital apontam que muitos indivíduos envolvidos nesse setor têm passagens pela polícia. Esses indivíduos também podem ter relações com investigações sobre a máfia de cigarros ilegais e o jogo do bicho.
Visitas ao Apartamento de Adilsinho
No período de janeiro de 2020 a abril de 2023, 42 homens registrados como seguranças frequentaram o apartamento de Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Dentre esses seguranças, 23 são policiais militares ativos.
A Polícia Militar afirmou que está acompanhando as investigações e que os PMs estão sob processo disciplinar.
Envolvimento no Crime Organizado
De acordo com escutas da Polícia Federal, Adilsinho admite a formação de uma nova liderança na contravenção. Desde 2021, seu nome já foi vinculado a vários casos, incluindo:
- Jogo do bicho
- Máfia de cigarros ilegais
- Escolas de samba (Salgueiro)
- Clube de futebol (Barra da Tijuca Futebol Clube)
- Festa de luxo no Copacabana Palace
Assassinatos em Investigação
A Delegacia de Homicídios está investigando Adilsinho por suposto envolvimento nos assassinatos de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, em 2022, e Fernando Marcos Ferreira Ribeiro, na Tijuca, em 2023. Esses crimes estão ligados a conflitos pela disputa do jogo do bicho nas áreas Norte e Sul do Rio de Janeiro.
Dados Relevantes
Dos 42 seguranças que frequentaram a residência de Adilsinho, 30 enfrentam processos judiciais ou possuem registros de investigações. Aqui estão alguns detalhes adicionais:
- 23 integrantes da lista são policiais militares ativos de diferentes batalhões.
- 7 PMs ou ex-PMs que atuaram como seguranças estavam vinculados ao 15º BPM (Duque de Caxias).
Principais Acusados
A investigação inclui indivíduos que foram processados ou estão sendo investigados por diversos crimes. Os principais nomes são:
1. Rafael do Nascimento Dutra, o Sem Alma
Rafael, também conhecido como Sem Alma, busca atualmente cinco mandados de prisão por seus vínculos com a contravenção e a máfia de cigarros. Ele é acusado de vários homicídios e é considerado foragido.
2. Wanderson Ribeiro Marques de Lemos, o Chacal
Chacal, um PM ativo, enfrentou uma busca e apreensão em sua residência durante as investigações relacionadas ao homicídio de Marquinho Catiri.
3. José Gomes da Rocha Neto, o Kiko
Kiko é procurado por sua participação na morte de um empresário no Maranhão e visitou frequentemente o apartamento de Adilsinho.
4. Flávio Serafim da Silva Júnior, o Bu
Bu é indicado como membro de uma organização criminosa relacionada a Sem Alma, Chacal e outros. Ele está sob investigação por crimes graves.
5. Maxwell Ferreira da Silva, o Maxwell PM
Maxwell está ligado a investigações sobre a morte de um advogado e foi mencionado como responsável por aluguéis de veículos utilizados em crimes.
Posições dos Envolvidos
A Assessoria de Imprensa da Polícia Militar confirmou que a Corregedoria está monitorando o caso e que os policiais estão sendo investigados de acordo com os procedimentos internos. O advogado de Adilsinho declarou que não comentará o assunto no momento, e não foi possível contatar os defensores dos demais citados.