Movimentações das Taxas dos DIs
No dia 24 de outubro de 2024, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs) apresentaram uma queda significativa, especialmente nos contratos a partir de janeiro de 2026, com reduções superiores a 25 pontos-base em alguns vencimentos. Essa movimentação foi impulsionada pelo mercado recalibrando os preços após recentes altas, em um contexto de queda nos rendimentos dos Treasuries e declarações de autoridades econômicas que defendem o ajuste fiscal.
Reação do Mercado e IPCA-15
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgado na manhã do mesmo dia, teve uma recepção negativa por parte do mercado. Apesar disso, os resultados não impediram a redução dos prêmios na curva de juros brasileira. A taxa do DI para janeiro de 2025 foi de 11,228% para 11,222%, enquanto a taxa para janeiro de 2026 passou de 12,757% para 12,61%.
- Taxa do DI para janeiro de 2025: 11,222%
- Taxa do DI para janeiro de 2026: 12,61%
- Taxa do DI para janeiro de 2030: 12,72%
- Taxa do DI para janeiro de 2033: 12,6%
Destaques do IPCA-15
O IBGE informou que o IPCA-15 subiu 0,54% em outubro, em comparação a 0,13% em setembro, superando a expectativa de economistas que era de uma elevação de 0,50%. Em termos acumulados, o indicador registrou um aumento de 4,47% nos últimos 12 meses, maior do que os 4,12% do mês anterior.
Segundo o Banco Daycoval, esse resultado indica uma pressão alta sobre os preços dos alimentos e da energia elétrica, o que pode levar a uma aceleração nos juros pelo Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Declarações das Autoridades Econômicas
No início do dia, as taxas de juros estavam em alta, acompanhando o avanço do dólar em relação ao real. Contudo, ao longo da manhã, houve uma reversão na tendência, impulsionada pela queda nos rendimentos dos Treasuries. Após as 14h, a queda nas taxas foi acentuada pelas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante uma coletiva de imprensa.
Campos Neto afirmou que o governo está trabalhando em medidas fiscais que podem amenizar as reações do mercado quanto às contas públicas. Haddad complementou que não há necessidade de uma reforma no arcabouço fiscal, mas sim de fortalecer a confiança nesse sistema já estabelecido.
Expectativas para o Copom e Conclusão
O mercado avaliou positivamente as falas das autoridades. As taxas do DI para janeiro de 2030, que antes tinham registrado uma alta, caiu significativamente durante o dia, indicando uma correção no movimento das taxas após uma semana de altas constantes.
Às 16h54, os rendimentos dos Treasuries de dez anos apresentaram uma leve queda, o que também refletiu na movimentação das taxas de juros no Brasil. O Copom se reunirá nos dias 5 e 6 de novembro, e as expectativas são de que haja uma alta de 50 pontos-base na taxa Selic, com 92% de probabilidade de essa elevação ocorrer.