Prisão de Suspeito por Racismo
Um ex-funcionário de bar em Belo Horizonte foi preso pela Polícia Militar na quarta-feira (23) após a divulgação de um vídeo racista. O homem, identificado como Alessandro Pereira de Oliveira, tem um histórico criminal extenso e estava com um mandado de prisão em aberto por violência contra a mulher.
Contexto do Caso
O vídeo que gerou a polêmica foi compartilhado nas redes sociais na madrugada da última sexta-feira (18). Nele, Alessandro faz comentários ofensivos sobre a abolição da escravidão e expressa opiniões racistas, afirmando que pessoas pretas “têm que tomar água do vaso”. Após a repercussão do caso, o Ministério Público de Minas Gerais solicitou uma investigação.
Investigação e Captura
De acordo com o tenente-coronel Eduardo Lopes, comandante do 13º Batalhão da PM, o serviço de inteligência foi acionado após o surgimento da fala racista nas redes sociais. A partir de então, a polícia começou a monitorar o suspeito para localizá-lo corretamente.
Alessandro trabalhava em um bar no bairro Universitário, na Região da Pampulha, e foi demitido quando o proprietário foi informado sobre seus comentários. A operação para sua captura envolveu a utilização do Disque Denúncia e ações da Tático Móvel, resultando na sua entrega após o cerco da polícia.
Conteúdo Ofensivo do Vídeo
No vídeo, Alessandro criticou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil em 1888. Suas declarações racistas incluíram:
- “Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão.”
- “Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não.”
- “Falar pra você, viu… Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote.”
Antecedentes Criminais
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revelou que Alessandro tem quatro passagens pelo sistema prisional. Na última vez em que foi preso, ele recebeu uma saída temporária, mas não retornou no prazo estabelecido, sendo então declarado fugitivo.
Os crimes pelos quais ele era procurado incluem:
- Violência doméstica (Lei 11340, art. 24A)
- Stalking (Lei 2848, art. 147A)
- Violência psicológica (Lei 2848, art. 147B)
- Divulgação de cena de estupro ou pornografia (Lei 2848, art. 218C)
Repercussão e Demissão
O proprietário do bar, Alex Sandro de Oliveira, tomou conhecimento do vídeo após ser questionado por clientes. Ele expressou sua indignação e imediatamente demitiu Alessandro, afirmando ser contra qualquer forma de racismo.
Após sua demissão, Alessandro não retornou ao bar, onde trabalhou por cerca de quatro meses sem apresentar problemas anteriores. Este caso ressalta a necessidade de combater o racismo e promover um ambiente de respeito e igualdade.