Hezbollah Anuncia Ataque a Netanyahu
Na terça-feira, 22 de outubro, o Hezbollah declarou que não haverá negociações enquanto os conflitos com Israel persistirem. O grupo reivindicou a responsabilidade por um ataque com drone na casa de férias do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Durante uma coletiva de imprensa realizada nos subúrbios ao sul de Beirute, Mohammad Afif, chefe do escritório de mídia do Hezbollah, afirmou que o grupo “assume total e exclusiva responsabilidade” pelo ataque. Ele ressaltou: “Se nossas mãos não chegaram até você da última vez, então dias, noites e o campo de batalha ainda estão entre nós”.
A confirmação do ataque por Israel ocorreu, embora Netanyahu não estivesse presente no momento. O premiê classificou o incidente como uma tentativa de assassinato e considerou a ação um “erro grave”.
Capturas e Conflito com Israel
O Hezbollah anunciou que Israel capturou alguns de seus combatentes desde o início da ofensiva terrestre no sul do Líbano. O grupo afirmou que Israel é responsável pela saúde de seus prisioneiros.
Embora o Hezbollah não tenha capturado soldados israelenses, Afif indicou que isso pode ocorrer em breve: “Não vai demorar muito para termos prisioneiros do inimigo [Israel]”. Além disso, ele negou envolvimento da Associação Al-Qard Al-Hassan no financiamento de operações do Hezbollah, apesar de ataques israelenses ao grupo.
Escalada da Violência no Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel, ocorrido em 1º de outubro, marcou uma nova fase no conflito regional. Israel, apoiado pelos Estados Unidos, enfrenta o que é conhecido como Eixo da Resistência, composto por grupos paramilitares que recebem apoio militar e financeiro do Irã.
- República Islâmica do Irã
- Hamas, na Faixa de Gaza
- Hezbollah, no Líbano
- Governo Sírio e milícias
- Houthis, no Iémen
- Grupos xiitas no Iraque
- Diferentes organizações na Cisjordânia
Atualmente, Israel mantém tropas em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza, enquanto realiza ataques aéreos nas demais. A partir de 30 de setembro, o Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano, após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que utilizaram bombardeios para eliminar a liderança do Hezbollah nas últimas semanas. Em 23 de setembro, o Líbano registrou o dia mais fatal desde a guerra de 2006, com mais de 500 mortes decorrentes de ataques israelenses.
Consequências e Reações
Dois adolescentes brasileiros foram mortos nos ataques, o que levou o Itamaraty a condenar a situação e exigir o fim das hostilidades. Em resposta ao aumento da violência, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar cidadãos brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, as operações militares israelenses visam desmantelar grupos opostos à ocupação, enquanto, na Faixa de Gaza, o objetivo é erradicar o Hamas, responsável por um ataque em 7 de outubro, que resultou em mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. Em contraposição, o Ministério da Saúde de Gaza reportou mais de 40 mil mortos como resultado das operações israelenses.
Além disso, o líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto no dia 16 de outubro durante uma ação do Exército israelense na cidade de Rafah.