Introdução à Greve dos Maquinistas da Boeing
O dia 13 de outubro marca um mês desde o início da greve dos membros da Associação Internacional de Maquinistas contra a Boeing. De acordo com uma análise do Anderson Economic Group, o impacto financeiro da greve já está em torno de US$ 5 bilhões, evidenciando os desafios enfrentados pela fabricante de aeronaves, que anteriormente era reconhecida por sua qualidade.
Consequências da Greve
A Boeing tem lidado com uma série de problemas nos últimos anos, incluindo:
- Acidentes fatais;
- Maior escrutínio regulatório;
- Paralisação quase total das operações devido à greve de 33.000 trabalhadores.
Desde o início da greve, nenhuma aeronave foi produzida na unidade de Everett, Washington, resultando na primeira paralisação da empresa em 16 anos.
Impactos Financeiros
As perdas causadas pela greve afetam significativamente trabalhadores e acionistas, totalizando US$ 3,7 bilhões, conforme a nova análise. Patrick Anderson, CEO do Anderson Economic Group, destaca que:
- Fornecedores da Boeing enfrentaram perdas de US$ 900 milhões nas primeiras quatro semanas;
- Trabalhadores de Seattle fora da Boeing tiveram perdas de US$ 102 milhões;
- As companhias aéreas, clientes da Boeing, estão absorvendo US$ 285 milhões em perdas em todo o mundo.
O crescimento das perdas pode forçar a Boeing a considerar medidas como empréstimos ou emissão de ações para continuar suas operações durante a greve.
Desafios para a Boeing
Recentemente, a Boeing anunciou que planeja demitir 10% de sua força de trabalho, ou seja, aproximadamente 17.000 funcionários, nos próximos meses. Kelly Ortberg, CEO da Boeing, reconheceu em um comunicado que a situação da empresa é difícil e que os desafios são significativos.
Antes de Ortberg assumir, a Boeing admitiu ter cometido fraudes relacionadas à FAA, o que resultou em multas de quase US$ 1 bilhão devido a falhas de projeto que causaram a queda de dois aviões da linha 737 Max.
Negociações Frustradas
As negociações entre a Boeing e os trabalhadores em greve foram interrompidas após dois dias de tentativas mediadas pelo governo federal. A presidente Stephanie Pope expressou que as propostas da empresa não foram consideradas seriamente pelo sindicato, classificando suas demandas como “não negociáveis”.
Apesar dos impasses, John Holden, presidente do IAM do Distrito 751, acredita que ainda há espaço para um acordo, afirmando que:
- Existem muitas questões a serem discutidas;
- Um acordo é possível e necessário para resolver a situação.
Holden também afirmou que o fundo de greve permitirá sustentar os membros por um tempo, mas reconhece que a situação impactará a economia, principalmente o PIB e a cadeia de suprimentos aeroespacial.
Considerações Finais
A greve dos maquinistas da Boeing não é apenas um problema interno da empresa, mas reflete desafios mais amplos que podem impactar demais setores da economia. O desenrolar dessa situação será crucial para o futuro da Boeing e sua capacidade de se recuperar dos danos financeiros e operacionais enfrentados nos últimos anos.