Perfil de Daniel Silveira
Daniel Silveira, 39 anos, é um gari que se destacou na capital de Santa Catarina, Florianópolis. Conhecido como o “gari gato”, ele carrega desde 2023 a faixa de Mister Santa Catarina FNBI (Fundação Nacional da Beleza) e busca uma chance no concurso Mister Brasil. Além de trabalhar na Comcap, a empresa pública de limpeza urbana da cidade, Daniel também estuda psicologia.
A Origem da Carreira de Modelo
O primeiro contato de Daniel com concursos de beleza ocorreu por meio de suas filhas. Ele tem duas filhas, uma com 15 anos e outra com 9 anos, e relata que a mais velha sempre demonstrou ser exibida e fotogênica.
Três anos atrás, Daniel encontrou uma oportunidade para a filha mais velha representar Florianópolis em um concurso. No entanto, o agente sugeriu que ele e a filha mais nova participassem também. Inicialmente, Daniel ficou relutante, achando que não tinha o perfil ou a altura adequada, mas acabou sendo convencido a participar.
A experiência foi positiva; a filha mais velha ficou em segundo lugar e a mais nova conquistou o título de Mister Mirim SC. Logo depois, Daniel também se destacou, recebendo os prêmios de Mister Turismo Man Florianópolis e Mister Turismo Man SC. Apesar de sua filha mais velha não ter ganho um título, a mais nova decidiu se afastar dos concursos. No ano passado, Daniel foi convidado para tentar uma vaga na final do Mister Brasil, e a votação se encerra neste domingo (20).
Orgulho da Profissão
Trabalhador concursado na Comcap, Daniel compartilha que se inscreveu para o cargo por incentivo de um primo em 2012 e foi chamado dois anos depois. Ao contrário do que pensava inicialmente, como enfrentar a rotina de “correr atrás de caminhão” e lidar com o cheiro de lixo, ele decidiu aceitar o trabalho devido ao salário.
Durante seus 10 anos de trabalho, Daniel já sofreu dois acidentes graves por causa de vidros mal descartados. Ele também lida com diversas dificuldades, como as noites chuvosas e o intenso frio, além de ter que descer do caminhão para coletar os sacos de lixo.
Anteriormente, Daniel trabalhava durante o dia, mas pediu para mudar o turno devido à agressão solar. Vaidoso, ele mantém uma rotina rigorosa de cuidados pessoais, que inclui o uso de cremes e treinos físicos que o ajudam a lidar com a rota de 45 quilômetros, dos quais 20 são percorridos correndo enquanto coleta os sacos de lixo.
“Toda profissão tem seu valor, mas o gari é um povo muito guerreiro. Trabalhamos sob sol, chuva e frio. Quando fazemos greve, a cidade para. Portanto, nossa atuação é extremamente relevante”, afirma.
Mesmo sentindo orgulho de sua profissão atual, Daniel planeja reduzir a carga de trabalho. Ele está prestes a se formar em psicologia, com o objetivo de ter uma rotina mais tranquila. “Estou a um ano de completar 40 anos e começando a enfrentar problemas articulares. Por isso, estou cursando psicologia para essa transição de gari para psicólogo”, conclui.