Chuvas Históricas no Deserto do Saara
Recentes imagens do Deserto do Saara mostram a formação de grandes lagos em meio a dunas de areia onduladas, resultado de chuvas raras que atingiram uma das regiões mais áridas do mundo.
Enchentes no Marrocos
Embora o Saara receba chuvas anualmente, geralmente não passam de poucos centímetros e ocorrem esporadicamente. No entanto, em setembro, um sistema de baixa pressão provocou chuvas intensas em algumas áreas do deserto, especialmente no sudeste do Marrocos.
Dados preliminares de satélites da NASA indicaram que em certas regiões foram registrados quase 200 mm de chuva. Em Errachidia, uma cidade desértica, a quantidade de precipitação foi impressionante: quase 76 mm em apenas dois dias, mais de quatro vezes a média esperada para todo o mês de setembro. Essa quantidade equivale a mais da metade da precipitação jurisdicional em um ano normal.
Novas Paisagens Aquáticas
As chuvas transformaram a paisagem desértica, criando novos lagos em meio à vegetação, como palmeiras e arbustos. Em Merzouga, uma das cidades mais afetadas, o dilúvio esculpiu novos lagos nas dunas de areia.
A vista de lagos formados entre as dunas em Merzouga, retratada em 2 de outubro, oferece um espetáculo impressionante, com reflexos das palmeiras na superfície aquática.
Impactos das Chuvas
A chuva também preencheu lagos que são normalmente secos, como o que se encontra no Parque Nacional de Iriqui, o maior parque nacional do Marrocos. Apesar de grande parte das chuvas terem caído em áreas pouco povoadas, em algumas cidades e vilas, as inundações causaram tragédias, resultando na morte de mais de uma dúzia de pessoas no último mês.
O Saara e as Mudanças Climáticas
Com uma extensão de 9,3 milhões km², o Saara é o maior deserto não polar do mundo. Imagens de satélites de setembro mostraram vastas áreas do deserto cobrindo-se de verde, à medida que as tempestades avançavam mais para o norte do que o habitual. Alguns estudos associam esse fenômeno às alterações climáticas decorrentes da ação humana.
Pesquisas recentes indicam que é provável que eventos de chuvas mais extremas ocorram com mais frequência no Saara no futuro, especialmente com o impacto contínuo da poluição por combustíveis fósseis, que está aquecendo o planeta e afetando o ciclo da água.