Foguete Inovador para Recuperação da Caatinga
Na Paraíba, um projeto inovador está contribuindo para a recuperação da Caatinga através de um foguete que espalha sementes em áreas degradadas. Este equipamento foi desenvolvido para auxiliar iniciativas de reflorestamento, sendo uma alternativa mais econômica em comparação ao uso de aviões e helicópteros.
Características do Foguete
O foguete é fabricado com materiais sustentáveis, como garrafa PET e fibra de vidro, além de contar com impressão 3D. Seu funcionamento se baseia na pressão do ar e água contidos em garrafas, o que permite o lançamento preciso das sementes.
Segundo o físico Renan Aversar, responsável pelo projeto durante seu doutorado, o foguete realiza os lançamentos em um espaço médio de 20 metros por 100 metros na área de queda, e é capaz de cobrir cerca de um hectare com apenas oito lançamentos.
Tratamento das Sementes
As sementes utilizadas no projeto passam por um tratamento que aumenta as suas chances de germinação. Elas são “peletizadas”, ou seja, revestidas com água e uma mistura especial que ajuda a conservar a umidade, especialmente durante a estação seca. Bartolomeu Israel, professor de Geociências da UFPB, explica que as sementes são escolhidas entre espécies nativas e pioneiras, garantindo um melhor desenvolvimento no ambiente.
Resultados dos Testes
Os pesquisadores realizaram testes com cápsulas de sementes em áreas degradadas, e os resultados mostram que, após dois anos, as sementes de pinhão-bravo começaram a germinar e já produzem frutos na região do Cariri.
Benefícios Ambientais
Em comparação aos métodos tradicionais de reflorestamento, o uso do foguete apresenta custos significativamente mais baixos e não deixa resíduos no meio ambiente, além das sementes e da água utilizada. Renan Aversar destaca que o foguete retorna ao ponto de lançamento após o disparo, minimizando seu impacto ambiental.
A Importância da Caatinga
A Caatinga, um bioma único do Brasil, teve sua área florestal reduzida de mais de 59 milhões de hectares em 1985 para quase 51 milhões em menos de 40 anos, conforme dados do MapBiomas. A preservação desse bioma é essencial no contexto do aquecimento global, uma vez que pesquisas recentes indicam que ele é eficaz na captação de carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. A professora Valéria Peixoto Borges, da UFPB, enfatiza a importância dessa preservação, ressaltando que a Caatinga pode contribuir mais do que florestas úmidas nesse processo.