Iniciativa de Reabilitação de Animais Silvestres
O objetivo da iniciativa, desenvolvida pelo Ibama, é acolher os animais feridos ou apreendidos e proporcionar o atendimento necessário até que possam ser soltos em seu habitat natural. Em 2023, cerca de 100 pássaros passaram por cuidados em uma localidade preservada na Zona da Mata, cujo endereço não é revelado por questões de segurança. O Pixoxó, um pássaro ameaçado de extinção, está entre as espécies que recebem apoio do ‘Projeto Asas’.
Centro de Triagem de Animais Silvestres
A área de mais de 120 hectares, repleta de Mata Atlântica preservada, foi adaptada há aproximadamente um ano para receber animais silvestres em reabilitação através do ‘Projeto Asas’.
- Acolhimento de animais resgatados em situações de vulnerabilidade;
- Tratamento para ferimentos e problemas decorrentes de ações humanas, como eletrocussão e atropelamentos;
- Equipe dedicada a cuidar das necessidades dos animais durante o processo de recuperação.
De acordo com Bruno Cascardo Pereira, analista ambiental do Ibama, “recebemos frequentemente animais resgatados em áreas urbanas que estão feridos ou em situações de risco”.
Números de Atendimento e Reabilitação
Somente em 2023, cerca de 60 mil animais foram atendidos pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), com 67% deles sendo pássaros. Do total, aproximadamente 40 mil conseguiram ser reabilitados e preparados para retornar à natureza.
Após a reabilitação, os animais são soltos em locais preservados, ajudando na manutenção da biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas, conforme explicação do analista Bruno.
O Processo de Reabilitação
Glauber Barino, coordenador do Cetas, destaca que os animais que chegam ao centro frequentemente estão debilitados. Eles passam por cuidados que incluem:
- Alimentação adequada;
- Vermifugação;
- Atendimento veterinário;
- Intervenções para enriquecimento ambiental e adaptação.
Os pássaros são colocados em viveiros de aclimatação por cerca de dois meses, onde recebem cuidados especiais e são preparados para voltar ao seu habitat natural.
Preparação para a Liberdade
Durante o período nos viveiros, os animais têm a chance de treinar habilidades de sobrevivência e socializar com outros da mesma espécie. “Quando eles se adaptam ao microclima, vegetação e recursos naturais da região, estão prontos para serem soltos”, explica Glauber.
A Importância da Educação Ambiental
Glauber ressalta que o Projeto Asas destaca a importância da educação ambiental, mostrando que a proteção da natureza é uma responsabilidade coletiva. “Com pequenas contribuições de cada um, conseguimos realizar um trabalho significativo, reintroduzindo esses animais à liberdade”, afirma.
Como se Cadastrar como Propriedade ‘Asas’
Proprietários de áreas rurais que possuam estruturas adequadas para a reabilitação de animais silvestres podem cadastrar suas propriedades como ‘Asas’ do Ibama. É necessário:
- Certificar-se de que as condições de um viveiro de aclimatação foram adequadas, com no mínimo 24 m² de área;
- Fornecer alimentação diária às espécies acolhidas;
- Estar em conformidade com a declaração do Cadastro Ambiental Rural;
- Evitar localização em condomínios ou perto de áreas urbanas e unidades de conservação de proteção integral.
O cadastro é gratuito e o encaminhamento de animais à propriedade só ocorre com o consentimento do proprietário.