A Morte de Antonio Cicero
O poeta e escritor carioca Antonio Cicero faleceu na quarta-feira, 23 de outubro, aos 79 anos. A confirmação foi feita pela Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual ele fazia parte desde 2017.
Reações e Homenagens
A morte de Cicero repercutiu entre pensadores, escritores e diversas personalidades, que deixaram mensagens em reconhecimento ao seu legado. A seguir, algumas das homenagens recebidas:
- Merval Pereira, presidente da ABL:
“Antonio Cicero é um dos maiores poetas de sua geração. A escolha da morte assistida demonstra sua fortaleza diante da vida. Preferiu morrer a viver sem poder fazer o que mais gostava: ler, escrever, filosofar. Uma escolha corajosa e coerente com o sentido que via na vida. A ABL programou uma homenagem a ele, que agora se torna póstuma.”
- Ana Maria Machado, jornalista e escritora:
“A perda de Antonio Cicero nos deixa um vazio. Raros conseguem juntar o rigor intelectual de um filósofo com a sensibilidade de um poeta. Vou sentir muita falta dele.”
- Armo Wehling, advogado e historiador:
“É uma grande perda para a cultura brasileira. Sua sensibilidade e finura intelectual se faziam presentes em sua poesia e filosofia.”
- Ricardo Cavaliere, filólogo e linguista:
“Recebo com profundo pesar a noticia de seu falecimento. Resta-nos cultivar sua obra com leitura constante.”
- Godofredo de Oliveira Neto, escritor e professor:
“Estou devastado. Para uma decisão tão corajosa houve muita força e afeto, qualidades que ele tinha de sobra.”
- Rosiska, escritora e ensaísta:
“Antonio Cicero escolheu morrer como viveu. Seu exemplo de dignidade e liberdade permanecerá conosco.”
- Lilia Schwartz, historiadora e antropóloga:
“Morreu com elegância, ética e autonomia. Cicero deixará muita saudade e uma memória imensa.”
- João Paulo Cavalcanti, jurista e escritor:
“Dele ficam apenas lembranças boas. Fique em paz, amigo.”
- Domicio Proença Filho, professor e pesquisador:
“Estou chocado, mas conformado com sua decisão.”
A irmã de Cicero, a cantora Marina Lima, também se manifestou nas redes sociais, recebendo diversas condolências de artistas e amigos:
- Regina Casé, atriz: “Sinto muitíssimo. Sempre tive uma enorme admiração por seu irmão.”
- Sophie Charlotte, atriz: “Marina, receba meu amor, um abraço forte.”
- Drica Moraes, atriz: “Um gênio, um homem incrível. Meu abraço apertado.”
- Maria Gadu, cantora: “Todo amor do mundo para você, Marina.”
- Orlando Morais, cantor: “O maior poeta do Brasil…”
- Ronaldo Fraga, designer: “Coração partido. Que homem e que obra.”
Quem Foi Antonio Cicero?
Antonio Cicero Correio Lima nasceu no Rio de Janeiro em 6 de outubro de 1945. Irmão da cantora Marina Lima, ele foi responsável por compor sucessos de sua irmã, como “Fullgás”, “Pra Começar” e “À Francesa”.
Durante sua carreira, Cicero colaborou com artistas renomados, incluindo João Bosco, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos, sendo “O Último Romântico” um de seus sucessos marcantes.
Em 10 de agosto de 2017, ele foi eleito para a cadeira de número 27 da ABL, tomando posse em 16 de março de 2018. Ao longo de sua trajetória, publicou quatro livros de poesia e três ensaios, abordando temas que envolvem filosofia e arte.
Obras Publicadas
Entre os livros de poesia publicados por Antonio Cicero estão:
- “Guardar” (Editora Record, 1996)
- “A Cidade e os Livros” (Editora Record, 2002)
- “Livros de Sombras: Pintura, Cinema e Poesia” (2010)
- “Porventura” (Editora Record, 2012)
Além disso, seus ensaios incluem:
- “O Mundo Desde o Fim” (Francisco Alves, 1995)
- “Finalidades Sem Fim” (Companhia das Letras, 2005)
- “Poesia e Filosofia” (Civilização Brasileira, 2012)