Denúncia de Sumiço de Medicamentos no Hospital de Trindade
Uma ex-funcionária do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) fez uma grave denúncia sobre o desaparecimento de medicamentos controlados na unidade. A mulher, que preferiu não se identificar, revelou que foi demitida após relatar a questão. Ela trabalhava como técnica em enfermagem e afirma ter notado que diversos medicamentos desapareciam misteriosamente.
Em entrevista à TV Anhanguera, a ex-funcionária compartilhou: “Várias vezes o medicamento do nada sumia. Eu cheguei até a discutir com a enfermeira-chefe. Sei que é uma prática que já estava sendo feita dentro do Hetrin. Eu achava aquilo estranho e foi por eu fazer esses questionamentos que começaram a me perseguir e até me mandaram embora.”
Resposta do Hospital
O Hetrin se manifestou sobre a situação, alegando que as acusações da ex-funcionária são falsas. Em uma nota, afirmaram que possuem compromisso com a responsabilidade na distribuição de medicamentos: “As acusações da suposta ex-funcionária são inverídicas e a unidade trabalha com responsabilidade e compromisso.”
No decorrer das investigações, uma funcionária foi presa, mas depois conseguiu um habeas corpus. O advogado da investigada declarou que pretende provar a inocência da cliente, embora detalhes do caso estejam em segredo de justiça. A Polícia Civil informou que o hospital é considerado vítima dos crimes investigados, e que os funcionários demitidos são os suspeitos.
Morte da Técnica em Enfermagem
A investigação foi desencadeada após a morte de Gesielly Fernandes da Silva, uma técnica em enfermagem que morreu de overdose de morfina. A família alegou que ela adquiria o medicamento de colegas de trabalho, e sua irmã, Jhessica Fernandes, comentou sobre a situação: “Minha irmã aplicava morfina nela mesma. Ela se viciou na morfina.”
Jhessica também informou que Gesielly passou por períodos de depressão, o que a levou a buscar o medicamento. Ela revelou: “Nas conversas do celular dela, ela dizia que estava com dor e pedia abraços para as amigas.”
Investigações em Curso
Prints de conversas foram divulgados, mostrando tentativas de Gesielly em negociar morfina com uma colega. O delegado Thiago Martinho, responsável pelo caso, declarou que a amiga mentia sobre a condição dos pacientes para conseguir os medicamentos. A funcionária que foi presa negou ter vendido ou dado morfina à colega.
Apreensão de Medicamentos
Na casa da funcionária investigada, foram encontrados mais de 130 medicamentos, os quais, segundo ela, pertenciam ao Hetrin e à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Trindade, onde alegou ter trabalhado anteriormente. No entanto, a Prefeitura de Trindade contradisse essa afirmação, afirmando que ela nunca atuou na UPA e apenas em funções administrativas sem acesso a medicamentos.
Nota do Hospital
A nota oficial do Hetrin enfatiza: “O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) esclarece que as acusações da suposta ex-funcionária são inverídicas. A equipe do Hetrin trabalha com responsabilidade e compromisso na garantia do atendimento ofertado aos pacientes assistidos no hospital.” Além disso, reiteraram sua colaboração com as investigações da Polícia Civil.