Contexto dos Ataques Militares
Uma alta autoridade da administração americana confirmou que os Estados Unidos não estiveram envolvidos nas operações militares israelenses contra o Irã. Em declaração feita na sexta-feira (25), Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse:
“Compreendemos que Israel está realizando ataques direcionados contra alvos militares no Irã como um ato de autodefesa, em resposta ao ataque com míssil balístico que o Irã lançou contra Israel em 1º de outubro. Para mais detalhes sobre esta operação, recomendamos consultar o governo israelense”, declarou Savett.
Segundo informações, Israel notificou a Casa Branca antes de realizar os ataques. O presidente Joe Biden estava em Wilmington, Delaware, e não havia planos para uma reunião na Sala de Situação. No entanto, ele foi informado sobre os ataques e está acompanhando de perto a situação, conforme mencionado por uma fonte da Casa Branca.
As Forças de Defesa israelenses caracterizaram as ações como “ataques precisos contra alvos militares” no Irã, porém não foram divulgados detalhes sobre os locais específicos atingidos.
Escalada nos Conflitos do Oriente Médio
O ataque iraniano a Israel, ocorrido em 1º de outubro, representa um novo capítulo no conflito regional no Oriente Médio. De um lado, temos Israel, com a assistência dos Estados Unidos; do outro lado, o chamado Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e abriga diversos grupos paramilitares.
Atualmente, existem sete frentes de conflito ativas:
- República Islâmica do Irã
- Hamas, na Faixa de Gaza
- Hezbollah, no Líbano
- Governo Sírio e suas milícias
- Houthis, no Iémen
- Grupos xiitas no Iraque
- Diversas organizações militantes na Cisjordânia
Israel está diretamente envolvido em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas quatro restantes, a ação se dá principalmente por meio de bombardeios aéreos.
Ação Militar de Israel no Líbano
No dia 30 de setembro, as Forças de Defesa de Israel começaram uma “operação terrestre limitada” no Líbano, após o ataque que resultou na morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. Este ataque ocorreu em um bombardeio no quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As forças israelenses afirmaram ter neutralizado quase toda a cadeia de comando do Hezbollah em ataques aéreos realizados nas semanas anteriores. Em 23 de setembro, o Líbano registrou seu dia mais letal desde a guerra de 2006, com mais de 500 mortes, segundo dados de autoridades locais. Entre as vítimas, estavam ao menos dois adolescentes brasileiros.
O governo brasileiro condenou os ataques e pediu o término das hostilidades. Em resposta ao aumento da violência, o governo brasileiro também anunciou uma operação para repatriar cidadãos brasileiros que estavam no Líbano.
Conflitos em Outras Regiões
Na Cisjordânia, os militares israelenses continuam suas operações para desarticular grupos que se opõem à ocupação de Israel. Na Faixa de Gaza, o objetivo é eliminar o Hamas, que foi responsável pelo ataque de 7 de outubro, resultando em mais de 1.200 mortes.
Até o momento, a operação israelense na Faixa de Gaza resultou na morte de mais de 40 mil palestinos, conforme dados fornecidos pelo Ministério da Saúde da região, que é controlada pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelas Forças de Defesa de Israel em 16 de outubro, na cidade de Rafah.