Número de Prefeitas e Vereadoras Aumenta em 2024
Nas eleições municipais de 2024, o Brasil registrou um aumento no número de prefeitas e vereadoras em comparação ao pleito de 2020. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram eleitas 724 prefeitas, o que representa um crescimento de 10% em relação ao primeiro turno do ano anterior. Contudo, a presença feminina ainda é baixa, com as mulheres ocupando apenas 13% do total de prefeitos eleitos.
Histórias Inspiradoras de Mulheres na Política
Entre as eleitas, destacam-se histórias de mulheres que enfrentaram desafios significativos. Ana Carolina Oliveira, do Podemos, mãe da jovem Isabela Nardoni, foi a segunda mais votada para a Câmara Municipal de São Paulo. Ela expressou seu desejo de lutar contra a violência que afeta crianças e mulheres: “Estou preparada para entrar cheia de garra e vontade de fazer acontecer tudo que nós planejamos.”
Outro exemplo é Luana Alves, do PSOL, que foi reeleita e se comprometeu a dar voz a questões da periferia: “Ter mulheres nessas posições tem a ver com uma busca de representatividade que não é vazia.”
Desafios da Representatividade Feminina
Ainda que tenha havido progresso, a realidade ainda não reflete a lei que garante 30% das candidaturas para mulheres, em vigor há 27 anos. Durante os resultados das eleições, a ministra Carmen Lúcia, presidente do TSE, expressou sua preocupação com a baixa representatividade feminina: “É uma pena que, em uma sociedade com mais de 52% do eleitorado feminino, ainda sejamos tão poucas no cenário político.”
Participação das Mulheres nas Câmaras Municipais
Nas câmaras municipais, a participação feminina passou de 16% para 18% das vagas de vereadores. Embora a porcentagem tenha aumentado, a presença feminina ainda está aquém do que se esperava. A luta pela igualdade na política é um processo gradual e os avanços são lentos.
Um Breve Olhar sobre a História dos Direitos Femininos
O direito de votar e ser votada foi conquistado em 1932. No entanto, até a década de 1960, as mulheres casadas precisavam da autorização dos maridos para trabalhar e assinar contratos. A igualdade, que começava a se concretizar na legislação, só foi garantida com a Constituição de 1988, elaborada com a contribuição de 25 mulheres parlamentares, que representavam menos de 5% do Congresso da época.
Tathiana Chicarino, professora de sociologia e política da Fespsp, destaca a importância da representatividade feminina: “Ter mais mulheres no parlamento significa que mais pontos de vista e experiências sociais serão contemplados na formulação e implementação de políticas públicas.”