Resumo do Mercado em 16 de Outubro
O dólar apresentou uma leve queda, enquanto o Ibovespa registrou um pequeno avanço nesta quarta-feira (16). Os investidores estavam atentos a um cenário internacional repleto de incertezas, além de se preocuparem com a situação fiscal do Brasil.
Repercussões no Cenário Doméstico
As declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram destaque no dia. Ele afirmou que a revisão de gastos públicos será tratada como prioridade pelo governo até o final do ano.
Por volta das 15h20, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrava uma alta de 0,69%, alcançando os 131.953,66 pontos. Nesse mesmo horário, o dólar teve um aumento de 0,25%, sendo cotado a R$ 5,664, após oscilações ao longo da tarde.
Contexto Global e Expectativas
Os mercados globais estavam atentos a notícias da China e do Oriente Médio, que têm contribuído para a volatilidade de ativos de maior risco nas últimas semanas. As incertezas externas levaram os investidores a monitorarem os preços de commodities importantes, como petróleo e minério de ferro, que já causaram perdas significativas nesses ativos na sessão anterior.
Outro ponto relevante é a temporada de balanços do terceiro trimestre, que nesta quarta trouxe resultados de grandes empresas, como Morgan Stanley, ASML, Abbott e LVMH. Na quinta-feira, a expectativa recai sobre uma nova entrevista do governo chinês, onde se espera o anúncio de medidas de estímulo para o setor imobiliário. Além disso, as atenções estão voltadas para a decisão do Banco Central Europeu, que deve reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base para impulsionar a economia da zona do euro.
Impactos no Câmbio
A moeda brasileira já havia sofrido com a forte valorização do dólar em mercados emergentes na sessão anterior, com a moeda norte-americana encerrando o dia em alta de 1,36%, a R$ 5,6587 – o maior valor de fechamento em um mês.
Os principais fatores dessa pressão sobre as moedas emergentes incluem as quedas nos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro, principalmente devido a informações da China e do Oriente Médio, onde há preocupações com a escalada das tensões.
Nesta sessão, a pressão sobre as commodities parecia se moderar, mesmo que os preços de produtos importantes ainda seguissem em queda. Os mercados globais também estavam atentos a novos dados econômicos. O contexto externo continua incerto, com dúvidas sobre as perspectivas econômicas da China, o conflito no Oriente Médio e as eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para novembro.
De acordo com Marcio Riauba, gerente da mesa de operações de câmbio da StoneX, “As moedas emergentes vêm sofrendo um bocado, ainda com dúvidas acerca da solidez da economia chinesa… e em breve as eleições norte-americanas, que atualmente têm grandes chances de trazer Donald Trump de volta, o que pode dificultar ainda mais o cenário para essas moedas”.
Desafios no Cenário Doméstico
No Brasil, persistem as incertezas em relação ao compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. Uma matéria veiculada na segunda-feira destacou que o Executivo planeja anunciar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais.
Diego Faust, operador de renda variável da Manchester, ressaltou: “Não vamos mais acreditar nessa tese de contenção de gastos enquanto não vermos isso sendo aprovado. O cenário político não está tão tranquilo para facilitação dessas aprovações”.