Movimento do Dólar em Relação ao Real
No dia 17 de outubro, o dólar apresentava uma leve alta em relação ao real, acompanhando o desempenho de mercados emergentes. Esse movimento ocorreu enquanto investidores analisavam novas informações da China e dados econômicos dos Estados Unidos.
Às 10h55, o dólar à vista tinha uma elevação de 0,02%, cotado a R$ 5,6662 na venda. Simultaneamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, caía 0,96%, chegando a 130.487,45 pontos. Essa queda foi impactada pelo recuo do minério de ferro na China e pelo aumento nas taxas de juros futuras no Brasil.
Perspectivas Econômicas da China
Os mercados demonstraram pessimismo em relação à economia da China após uma coletiva de imprensa do governo sobre ações para o setor imobiliário. Essa crise é um dos fatores que contribuem para a desaceleração da economia chinesa, a segunda maior do mundo.
A China anunciou que irá expandir a lista de projetos habitacionais que poderão receber financiamento e aumentará os empréstimos bancários para esses empreendimentos em até 4 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 562 bilhões) até o final do ano.
Contudo, analistas consideraram essa medida como mais uma adição às ações já anunciadas anteriormente, sem trazer novidades significativas.
A insatisfação dos investidores em relação às perspectivas da China, o maior importador de matérias-primas do mundo, também está afetando os preços das commodities, resultando em quedas em produtos essenciais para a exportação de países emergentes, como o minério de ferro.
De acordo com Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, “a China frustrou novamente o mercado, o que impacta commodities. Em dias com desempenho mais fraco de commodities, há uma desvalorização das moedas de países que estão muito associados a elas, como o Brasil”. Nesse cenário, o dólar ganhou força em relação a moedas emergentes, incluindo o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Desempenho Econômico dos EUA
Outro fator que fortaleceu o dólar foi a divulgação de dados robustos sobre a economia dos Estados Unidos. As vendas no varejo nos EUA aumentaram 0,4% em setembro, superando a expectativa de 0,3% dos analistas, além de representar uma melhora em comparação ao crescimento de 0,1% do mês anterior.
Esses resultados indicam que o mercado consumidor americano continua forte, diminuindo as preocupações com uma desaceleração econômica significativa e, consequentemente, reduzindo as expectativas de cortes nas taxas de juros. Os rendimentos dos Treasuries, títulos do governo americano, também subiram. Apenas 11% dos operadores acreditam que o Federal Reserve pode manter as taxas inalteradas na reunião de novembro, em comparação a apenas 5% anteriormente. A probabilidade de um corte de 25 pontos base está em 89%.
O índice do dólar, que avalia a performance da moeda americana frente a um grupo de seis divisas, aumentou 0,10%, atingindo 103,640.
Decisão do Banco Central Europeu
Além disso, o Banco Central Europeu tomou a decisão de reduzir as taxas de juros em 25 pontos-base pela segunda vez consecutiva. No entanto, o banco não deu indícios sobre possíveis movimentos futuros.
Cenário Econômico no Brasil
O mercado brasileiro continua lidando com preocupações fiscais, uma vez que o governo promete apresentar medidas para conter gastos e cumprir a meta de déficit primário zero para este ano.
Segundo Spiess, “existe um ceticismo por parte do mercado em relação às promessas de contenção de gastos do governo. Promessas não pagam dívidas, é preciso que essas medidas se concretizem. Assim, no curto prazo, essa incerteza vai persistir”. Essa dúvida fiscal continua a impactar a curva de juros brasileira, resultando em altas nos juros futuros nesta sessão.