Introdução
O estado do Pará é considerado o mais “pardo” do Brasil, com 70% de sua população se identificando dessa maneira. Esse fenômeno reflete a rica mistura cultural entre povos indígenas e africanos na região. Especialistas afirmam que discutir a cultura cabocla, afro e indígena é crucial para promover debates sobre questões ambientais e de cidadania na Amazônia.
A Identidade Racial no Pará
A identidade racial paraense é marcada pela ancestralidade de seu povo, que, apesar de ser reconhecido como “pardo”, tem raízes profundas. O último Censo indicou que apenas 1% da população se autodeclara indígena, enquanto 9% se considera negra. A relevância de discutir a racialidade na Amazônia foi abordada em um encontro, coincidentemente no Dia da Resistência Indígena.
A História das Relações Raciais
A antropóloga Telma de Sousa Bemerguy destaca a importância de percorrer a história das relações raciais na Amazônia. Segundo ela, é necessário compreender os efeitos do apagamento da presença negra e reconhecer as dificuldades em integrar as questões indígenas no debate nacional sobre racismo.
A Diversidade Cultural no Pará
O Pará abriga mais de 80 mil indígenas, representando mais de 55 etnias e falando várias línguas. Essa diversidade cultural é fundamental na formação da identidade da região, refletindo-se na culinária, linguagem, danças e saberes tradicionais sobre o uso das ervas para cura.
Urgência do Reconhecimento das Identidades
Luiz Guimarães, também conhecido como Caboclo de Cobre, enfatiza a urgência de debater as identidades raciais e culturais no Brasil. Ele afirma que é fundamental reconhecer a presença indígena não como algo externo, mas como parte integrante da nação. O racismo estrutural que afeta a comunidade negra é o mesmo que atinge os povos indígenas.
A Retomada Ancestral com o Circuito Areté
O Circuito Areté – Tempo de Festa, idealizado pelo Aldeia Coletivo e pela Giro Planejamento Cultural, busca reconhecer e celebrar as identidades culturais brasileiras. Com programação de 24 a 27 de outubro em Belém, o evento apresenta a cultura cabocla como uma forma de preservar a memória dos povos originários e promover o conhecimento ancestral.
Programação e Ações do Circuito
O Circuito Areté traz uma série de apresentações musicais, espetáculos cênicos e atividades em escolas e instituições. A programação é gratuita e inclui debates que abordam a história e o modo de vida dos povos indígenas na contemporaneidade.
Importância das Culturas Indígenas na Proteção Ambiental
Caboclo de Cobre ressalta que as culturas indígenas e seus movimentos ancestrais são, em essência, filosofias ambientalistas, essenciais para a proteção do meio ambiente. O evento busca sensibilizar o público para questões ambientais através da arte, promovendo uma visão sustentável de convivência com a natureza.
Considerações Finais
A programação do “CIRCUITO ARETÉ – Tempo de Festa” acontecerá de 24 a 27 de outubro, com entradas gratuitas nas locais designados. Através de uma rede de coletivos artísticos e comunidades, o circuito promove uma conexão com a riqueza cultural e a necessidade de debates sociais e ambientais relevantes para a Amazônia e o Brasil.