Desafios no Setor de Fusões e Aquisições Educacional
O panorama para fusões e aquisições (M&As) no setor educacional brasileiro apresenta desafios no curto prazo. Isso se deve a mudanças regulatórias que envolvem o ensino a distância, a baixa avaliação das empresas do setor e altos níveis de alavancagem. Essas observações foram emitidas por analistas do BofA, em relatório publicado em uma quinta-feira.
Possíveis Fusões entre Empresas de Educação
O relatório menciona uma análise sobre a viabilidade de uma fusão entre a Yduqs e a Cogna, além de outros relatos envolvendo a Vitru e a Cruzeiro do Sul.
Os analistas apontam que combinações entre essas empresas provavelmente exigiriam medidas antitruste, especialmente no setor de ensino a distância. Em contrapartida, as fusões no setor presencial parecem demandar desinvestimentos menos significativos.
Sinergias e Consolidação do Setor
Os analistas Flavio Yoshida, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo destacam que as principais sinergias em potenciais fusões estariam ligadas a:
- Redução de Despesas Gerais: Cortes em despesas administrativas e de vendas (SG&A).
- Otimização de Custos: Eliminação de estruturas duplicadas que acarretam gastos desnecessários.
Além disso, esperam que a consolidação do setor traga uma maior racionalidade nos preços. No entanto, há preocupações sobre possíveis aumentos tarifários aos consumidores, o que poderia dificultar a aprovação pelo Cade, tornando, assim, a consolidação inorgânica improvável neste momento.
Questões Antitruste nas Fusões
Na análise feita pelo BofA, foi destacado que, em um possível acordo entre Yduqs e Cogna, as questões relacionadas à concorrência não seriam um obstáculo significativo. Em contrapartida, uma fusão entre Yduqs e Vitru poderia trazer desafios devido às potenciais medidas antitruste. Já um acordo entre Vitru e Cruzeiro do Sul parece ser menos complicado em relação à complementaridade de ofertas e questões de concorrência.
Movimentações das Empresas no Mercado
No mês anterior, a Cogna declarou que não tinha informações a divulgar sobre transações com a Yduqs, após rumores sobre a combinação de negócios entre as duas empresas.
A Cogna havia tentado adquirir a Yduqs no passado, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica rejeitou o acordo em 2017, devido ao possível aumento do poder de mercado. Na época, as empresas eram conhecidas como Kroton e Estácio.
A Vitru, por sua vez, informou que, em setembro, contratou bancos para auxiliar na avaliação de oportunidades, enquanto se especulava sobre conversas com Cruzeiro do Sul e Yduqs.
A Cruzeiro do Sul alegou não ter informações adicionais sobre a potencial transação, enquanto a Yduqs esclareceu que não havia compromissos ou negociações vinculantes em andamento.