Introdução
Alcimar José Vidolin é um médico legista que atua como perito oficial nos estados do Paraná e Santa Catarina, recebendo uma remuneração bruta mensal de quase R$ 41 mil. A Corregedoria da Polícia Científica do Paraná está investigando a conduta de Vidolin após a divulgação de um vídeo em que faz afirmações polêmicas sobre denúncias de violência doméstica.
Repercussão do Vídeo
A delegada Emanuele Siqueira, que é responsável pela Delegacia da Mulher em Curitiba, criticou as declarações de Vidolin, afirmando que elas refletem uma visão machista da sociedade. Em suas palavras, “são declarações que dificultam a confiança das vítimas na polícia e na Justiça”.
A Função do Perito
O papel do perito é crucial, já que ele realiza laudos que confirmam se uma pessoa sofreu violência física ou sexual. Esses documentos servem como provas em processos judiciais.
Salário e Conduta
Alcimar Vidolin é servidor público da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) e da Polícia Científica de Santa Catarina, e seu salário é, de acordo com dados analisados, de R$ 40,7 mil ao mês. A conduta do perito está sob investigação ético-disciplinar após a polêmica surgida.
Avaliando as Afirmações
No vídeo, Vidolin alega que as mulheres podem arruinar a vida dos homens sem precisar de provas, e diz que a situação tem levado muitos homens a se sentirem “humilhados”. A delegada Siqueira ressalta que tais declarações podem prejudicar o trabalho desenvolvido para conscientizar as mulheres sobre a importância de buscar ajuda em casos de violência.
A Importância da Denúncia
A delegada explica que uma denúncia só pode ser considerada falsa se a mulher souber que não houve crime. Se ela acredita que foi vítima de violência, a denúncia não é falsa, mesmo que ainda se questione a tipificação jurídica do ato.
A Visão do Sindicato e Órgãos Competentes
A vice-presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais e Técnicos de Perícia do Paraná (SINPOAPAR), Carolina Dias, salienta que o pré-julgamento pode influenciar a qualidade das análises periciais, destacando que a percepção tendenciosa compromete o trabalho do perito.
- A Polícia Científica do Paraná e de Santa Catarina estão em contato para a apuração da conduta de Vidolin.
- A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) afirmou que as opiniões do servidor são desconectadas da realidade e vão contra os esforços de combate à violência de gênero.
- O CRM-PR também anunciou que iniciará uma sindicância para avaliar o caso.
Conclusão
A situação gerou grande repercussão e mobilização entre diferentes entidades, repudindo as declarações de Vidolin e reforçando a necessidade de proteger os direitos das mulheres. O grupo Perícia Mulheres e o SINPOAPAR manifestaram sua indignação, reafirmando o compromisso de batalhar pela igualdade e dignidade dentro da instituição.