A Defesa de Pablo Marçal
A defesa do empresário Pablo Marçal, que não conseguiu avançar para o segundo turno nas eleições municipais para a Prefeitura de São Paulo, apresentou uma manifestação ao Tribunal Regional da capital paulista. No documento, protocolado na última segunda-feira (7), os advogados argumentam que a divulgação de um laudo contra o candidato Guilherme Boulos (PSOL) está “amparada pelo direito à livre manifestação do pensamento”.
Os defensores de Marçal ressaltam que o candidato “não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgar da forma como foi expedido”. Eles acrescentam ainda que, “se a propaganda veiculada tivesse causado danos ao equilíbrio do pleito, fatalmente o representante [Guilherme Boulos] não teria avançado para o segundo turno”.
Além disso, a defesa solicita a suspensão da ação movida “até a conclusão da investigação criminal que apura os fatos narrados”.
O Caso em Detalhes
O fato central ocorreu quando Marçal publicou, em seu perfil no Instagram, um suposto laudo médico na sexta-feira anterior ao domingo de votação. O documento alegava que Boulos havia sido atendido em uma clínica chamada Mais Consulta no dia 19 de janeiro de 2021.
Esse laudo mencionava que o paciente apresentava um “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. No mesmo dia, a publicação foi removida da plataforma.
Guilherme Boulos reagiu à publicação, afirmando que o proprietário da clínica era um apoiador de Marçal e que teria falsificado o documento. Ele destacou que, no dia seguinte ao que constava no prontuário, estava na Comunidade do Vietnã, “fazendo distribuição de cesta básica”.
Perícias e Conclusões
Duas investigações foram realizadas para verificar a autenticidade do laudo. Uma perícia da Polícia Federal (PF) indicou fortes evidências de que a assinatura atribuída ao médico no laudo era falsa. Os peritos compararam documentos assinados pelo médico José Roberto de Souza em momentos diferentes.
Similarmente, uma perícia da Polícia Civil também concluiu que a assinatura contida no laudo era falsa. O relatório da perícia afirma que “é falsa a imagem da assinatura em nome do médico”.
Até o momento, a assessoria de Guilherme Boulos afirmou que não irá se manifestar sobre o caso.