Interdição do Hospital Materno Infantil João Marsicano
O Hospital Materno Infantil João Marsicano, localizado em Bayeux, foi interditado, pois dois setores essenciais — a lavanderia e o bloco cirúrgico — estão fora de funcionamento. A interdição foi determinada após uma fiscalização feita pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) na noite do dia 16 de junho.
Resultados da Fiscalização
A partir do dia 17 de junho, foi estabelecida a interdição ética dos médicos que atuam no bloco cirúrgico, na sala de triagem obstétrica e nas enfermarias do hospital. A equipe do CRM-PB observou que a falta de funcionamento desses setores compromete o atendimento à população e a prática médica. Além do CRM-PB, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) também realizaram uma inspeção na mesma data, resultando na suspensão de procedimentos e cirurgias.
Condições Estruturais Inadequadas
Bruno Leandro de Souza, presidente do CRM-PB, descreveu a situação do hospital como preocupante, mencionando:
- Péssimas condições de estrutura;
- Falta de pontos de oxigênio;
- Ausência de saneantes essenciais para a limpeza.
Ele sugeriu que os médicos não aceitassem novos pacientes e priorizassem os que já estavam internados até que as condições mínimas de atendimento fossem restauradas.
Desinfecção Comprometida
A Agevisa informou que a lavanderia do hospital não dispõe de saneantes adequados, comprometendo a desinfecção dos setores. Entretanto, os atendimentos do ambulatório continuam normalmente, já que essa área não foi interditada. Durante a vistoria, não havia pacientes em trabalho de parto ou que tinham acabado de dar à luz internadas.
Medidas e Ações da Prefeitura
A direção do hospital foi comunicada sobre a situação e um relatório com as inspeções realizadas pelo CRM-PB será enviado para a Secretaria Municipal de Saúde de Bayeux. A interdição ética dos médicos permanecerá até que as não conformidades sejam corrigidas. A Prefeitura de Bayeux reconheceu a decisão do CRM e afirmou que está tomando todas as medidas necessárias para restaurar os serviços médicos na unidade rapidamente.
Histórico de Interdições
Em janeiro, o CRM-PB já havia realizado uma inspeção que apurou a falta de médicos obstetras e anestesistas na unidade, um problema que persistia desde novembro de 2023. Embora a prefeitura tenha contratado uma empresa terceirizada para suprir essa carência, a situação não foi resolvida, resultando na ausência de profissionais para os plantões. Segundo o diretor geral do hospital, Demócrito Medeiros, as falhas na escala foram decorrentes da ausência de médicos por questões de saúde e assuntos pessoais, resultando em lacunas nos plantões.