Depoimento de Luiz Cabral Waddington Neto
O contraventor Luiz Cabral Waddington Neto prestou depoimento à Justiça do Rio, no qual afirmou ter sido coagido a mencionar os nomes de Adilson Oliveira Coutinho Filho (conhecido como Adilsinho), Rogério Andrade e Vinícius Drummond, filho de Luizinho Drummond. Durante o processo, ele também afirmou que recebeu ameaças de Bernardo Bello.
Desmentindo o Depoimento anterior
Em 2023, Luiz Cabral havia declarado que existia uma guerra entre a chamada “Nova Cúpula” do jogo do bicho e seu empregador, Bernardo Bello. Contudo, em seu novo depoimento durante uma audiência, ele negou as informações prestadas anteriormente à polícia, alegando que foi induzido a falar nomes específicos.
Audiência e Acusações
A oitiva aconteceu em um caso onde três réus são acusados de conspirar para o homicídio de Fernando Marcos Ribeiro, conhecido como Fabinho, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Cabral, que está foragido, é também réu em outro processo relacionado a um ataque a tiros em um bar chamado Parada Obrigatória, em Vila Isabel.
Ele relatou que foi “induzido” por Bernardo Bello, que o instruiu a falar os nomes mencionados. Cabral afirmou: “Ele (Bernardo) mandou eu falar na delegacia o nome dessas três pessoas. Dei muitas declarações induzidas pelo Bernardo.”
A Função de Fernando Marcos
Durante seu depoimento, Cabral esclareceu que Fernando era considerado um “coringa” na organização de Bernardo e tinha a tarefa de monitorar o trabalho dos funcionários nos pontos de jogo do bicho e nas casas de máquinas caça-níqueis.
Defesa dos Réus
O advogado de Allan dos Reis Mattos, um dos réus, expressou confiança na absolvição de seu cliente, afirmando que os fatos apresentados na denúncia não foram confirmados durante o processo.
Investigação em Andamento
Atualmente, três pessoas estão presas e respondem pela execução de Fernando Marcos. Entre elas, estão:
- Allan dos Reis Mattos: policial acusado de monitorar Fernando e encontrado com armas de numeração raspada.
- Marcos Paulo Gonçalves Nunes: gestor de caça-níqueis e considerado segundo na hierarquia da quadrilha envolvida.
- Vitor Luis de Souza Fernandes: preso e filmado junto a Marcos Paulo seguindo a vítima.
O delegado Rômulo Assis, presente na audiência, afirmou que todas as evidências apontam para Adilsinho como o mandante do crime, e as investigações continuam.
Ameaças e Abandono
Cabral revelou que, além das ameaças de Bernardo Bello, ele se sentiu abandonado pelo patrão: “Ele sumiu e me largou de mão. Me senti abandonado.” O contraventor informou que está vivendo em estado de fuga devido às ameaças que vem recebendo.