Cláudia Abreu e sua Nova Personagem
A atriz Cláudia Abreu, de 54 anos, compartilhou suas reflexões sobre sua atuação na audiossérie “Ninguém com esse nome”, onde interpreta uma mãe de uma criança que se identifica como trans. A produção promove discussões relevantes sobre o universo das pessoas trans e o impacto que essa descoberta pode ter nas relações familiares.
Em suas palavras, Cláudia destaca a importância de dar espaço para vozes que frequentemente não são ouvidas: “Cada vez é mais importante que se possa dar voz e escuta às pessoas que não se sentem confortáveis no próprio corpo (…) a arte pode fazer você se conectar com aquela mãe, com aquela família.”
O Papel de Karen
Na sua estreia como atriz de audiossérie, disponível na plataforma Audible da Amazon, Cláudia dá vida a Karen, uma mãe que enfrenta a revelação de seu filho sobre sua identidade de gênero. A personagem é descrita como uma mulher comum, proprietária de uma academia ao lado do marido e que possui valores um tanto conservadores.
Cláudia ressalta que Karen não é alguém que facilmente compreende a situação do filho: “Ela não era uma moderninha que entendeu de cara a demanda do filho.”
A Influência da Maternidade na Atuacao
Como mãe de quatro filhos — Maria Maud, 23, Felipa, 16, José Joaquim, 13, e Pedro Henrique, 10 — Cláudia afirma que sua experiência como mãe foi essencial para a construção de sua personagem. Ela se coloca no lugar de Karen, refletindo sobre como reagiria se um de seus filhos expressasse esse tipo de dor: “Eu faria o mesmo, no momento que eu tivesse certeza de que realmente era uma escolha primordial, determinante para a felicidade de um filho ou uma filha.”
Para ela, discutir esse tema em uma obra de entretenimento é fundamental, pois ajuda a criar uma maior aceitação e respeito pelas pessoas trans. “Você pode não entender, pode não aceitar, mas você pode respeitar, isso já é um passo muito importante numa sociedade”, enfatiza a atriz.
Transformação Através da Arte
Cláudia conclui que o objetivo da arte é promover transformações pela via do entretenimento: “Não é uma aula, não é uma entrevista, é uma história e, através dela, você pode se transformar.”
Ninguém com Esse Nome
Lançada no início de outubro, “Ninguém com esse nome” representa uma novidade na carreira de Cláudia Abreu, que precisou adaptar sua forma de interpretação para o formato de áudio. Essa audiossérie foi construída apenas com gravações de ligações telefônicas, o que adiciona uma nova profundidade à atuação dos artistas envolvidos.
Além de Cláudia, a produção conta com a participação de nomes como Eduardo Moscovis, Débora Lamm, Solange Couto, Guida Vianna, Gabriela Loran e Ernesto Piccolo.
Cláudia comenta sobre a inovação do formato: “Achei uma sacada muito interessante porque é muito atual de como as pessoas estão se comunicando até mesmo dentro de uma família para falar de assuntos importantíssimos.”
O processo de gravação foi diferente para a atriz, que precisou se concentrar mais, já que não havia distrações visuais como em produções em vídeo. “A gente não se olhava porque estava todo mundo virado para o próprio microfone. É como se você estivesse olhando para dentro, estivesse conectado com a sua profundidade,” afirma Cláudia, ressaltando a riqueza da experiência.