Histórico de Representação Feminina em Cabeceiras de Goiás
O município de Cabeceiras de Goiás, localizado na região norte do estado, foi emancipado em 1958 e, até o momento, nunca teve uma mulher à frente da prefeitura. O prefeito Everton Francisco de Matos, popularmente conhecido como Tuta, destaca que a última vez que uma mulher ocupou um cargo na câmara foi em 1996, quando Sebastiana Pereira Cordeiro foi eleita vereadora.
Sebastiana Pereira Cordeiro
A única mulher eleita para o cargo de vereadora no município foi Sebastiana Pereira Cordeiro, que fez história ao obter 148 votos em sua eleição. Ela ocupou a última das nove cadeiras da Câmara Municipal. Nas eleições seguintes, em 2000, tentou a reeleição, mas não teve sucesso, recebendo apenas oito votos a menos do que necessário. Sebastiana faleceu em 2018.
Tentativas Recentes de Candidaturas Femininas
Duas décadas após a eleição de Sebastiana, sua sobrinha, Maria das Graças Alencar (conhecida como Maria Ceará), tentou novamente representar as mulheres na câmara em 2016. Dentre 35 candidaturas a vereador, apenas 11 eram de mulheres. No entanto, ela não obteve votos suficientes, conseguindo apenas 163.
Em 2020, Maria Ceará tentou se candidatar novamente, mas seu registro foi invalidado pela Justiça Eleitoral devido a problemas com o partido. Em sua candidatura, constava “partido invalidado” para o DEM (atualmente União Brasil).
Perspectivas para 2024
Para as eleições deste ano, foram registradas um total de 58 candidaturas, das quais 16 pertenciam a mulheres, representando 31% do total. A mais votada entre as mulheres foi Cleide Alencar da Saúde (PDT), que obteve 279 votos, mas não conseguiu se eleger, visto que seu partido escolheu três homens.
Demografia e Cota de Gênero
Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Cabeceiras possui aproximadamente 7.500 habitantes. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o município conta com 7.736 eleitores, divididos em 51% homens e 49% mulheres.
Em 2020, o TSE descobriu fraudes relacionadas à cota de gênero nas eleições locais. A Justiça Eleitoral apontou que o DEM registrou candidaturas fictícias para cumprir a cota mínima de 30% exigida por lei, lançando três candidatas apenas para preencher a exigência.