Discurso de Naim Qassem
No dia 8 de outubro de 2024, o chefe interino do Hezbollah, Naim Qassem, fez um pronunciamento em cadeia de televisão no Líbano. Ele afirmou que o grupo extremista continua operacional, apesar dos “golpes dolorosos” sofridos em decorrência dos bombardeios israelenses. Durante seu discurso, Qassem declarou que não pretende “baixar as armas”, mas demonstrou apoio para negociações visando um cessar-fogo.
Capacidades do Hezbollah
No pronunciamento, cuidou de reforçar que as capacidades do Hezbollah estão “intactas”. Ele enfatizou:
- “Ninguém deve achar que nós abandonaremos nossas posições ou baixaremos as armas.”
- As informações sobre as capacidades do grupo terem sido comprometidas são uma “ilusão”.
Apesar de reconhecer que o Hezbollah enfrentou “golpes dolorosos” – incluindo a morte de altos líderes e a destruição de equipamentos como pagers e walkie-talkies – Qassem indicou que os soldados do grupo conseguiram repelir as incursões do Exército israelense no sul do Líbano, que é considerado o principal reduto do Hezbollah.
Apoio a um Cessar-Fogo
Durante sua fala, o vice-chefe expressou apoio à tentativa de negociar um cessar-fogo, liderada pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, que é aliado do Hezbollah. Contudo, Qassem não especificou as condições que o grupo estaria considerando para um possível acordo.
Morte do Comandante do Hezbollah
Na mesma ocasião, foi confirmada a morte de Suhail Hussein Husseini, comandante do quartel-general do Hezbollah, em um ataque em Beirute. Esse evento destaca a intensa escalada do conflito entre as forças israelenses e o Hezbollah, que já resultou na morte de diversas lideranças do grupo desde o início dos ataques.
Impactos e Números do Conflito
A escalada do conflito, que começou no mês anterior, resultou em um total de 2.083 mortes e 9.869 feridos, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Entre os mortos, estão ao menos 250 combatentes do Hezbollah. As trocas de tiros entre o Hezbollah e as forças israelenses ao longo da fronteira se intensificaram, especialmente após o início das operações militares israelenses.
Contexto Histórico
Em comparação com o conflito de 2006, que causou 1.191 mortos em um mês, o atual cenário já resultou em um número maior de vítimas em um período semelhante. Israel alega que seus bombardeios têm como alvo estruturas específicas do Hezbollah, embora a maioria das vítimas seja composta por civis, conforme reportado pelo governo libanês.