Introdução
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, informou que tomou conhecimento sobre a infecção de seis pacientes por HIV resultante de transplantes de órgãos apenas três dias antes da divulgação da notícia pela imprensa. Essa situação foi divulgada pela BandNews FM na última sexta-feira, dia 11.
Reações do Governador
Durante um evento no Palácio Guanabara, na terça-feira (15), Castro relatou que a notícia chegou até ele no momento do fechamento de um laboratório responsável pelos testes, pouco mais de uma semana atrás. Ele mencionou:
- “Eu soube no dia do fechamento do laboratório e imediatamente determinei que buscassem as pessoas afetadas e que as contraprovas começassem.”
- “O Hemorio está realizando todas as contraprovas. Já mandei rescindir todos os contratos daquele laboratório com o governo do estado.”
Ações Imediatas
Castro detalhou que, assim que soube do caso, tomou três ações principais:
- Pedido à Polícia Civil para abrir um inquérito visando punir os responsáveis pelo ocorrido.
- Início do processo para rescindir os contratos com o laboratório envolvido.
- Realização de exames de contraprova em todos os pacientes que passaram por transplantes recentes.
Informações da Polícia Civil
A Polícia Civil, por sua vez, afirmou que só teve conhecimento do caso no dia 11, momento em que também instaurou um inquérito sobre a situação. Em nota, a corporação mencionou:
- “Imediatamente após tomar ciência do caso, o secretário, delegado Felipe Curi, determinou a instauração de inquérito policial.”
Descoberta do Caso
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) informou que a infecção foi descoberta no dia 10 de setembro, quando um paciente transplantado chegou ao hospital com sintomas neurológicos, revelando posteriormente que estava com HIV. Ele havia recebido um coração no final de janeiro.
Investigação do Laboratório
O laboratório implicado nos testes positivos para HIV foi contratado pelo governo estadual em um processo licitatório de R$ 11 milhões, iniciado em dezembro do ano passado. Um dos sócios do laboratório, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, é primo do ex-secretário de Saúde, o deputado federal Doutor Luizinho.
Prisão de Pessoas Envolvidas
No último domingo (13), uma juíza do Plantão Judiciário acatou um pedido da Polícia Civil para a prisão temporária de quatro pessoas ligadas ao laboratório, por um período de cinco dias.
Defesa do Governador
Castro negou qualquer benefício concedido a Doutor Luizinho em contratos emergenciais, alegando que a contratação emergencial se deu devido ao processo de finalização das Organizações Sociais (OSs) no estado. Ele enfatizou:
- “O Estado do Rio de Janeiro era dominado pelas OSs e, com a nova lei, era necessário encerrá-las. Quando isso acontece, a Fundação Saúde assume os serviços, o que requer contratações emergenciais.”
- “O contrato com o PCS Labs Saleme foi realizado através de pregão eletrônico, onde outras empresas também participaram.”
Segurança do Sistema de Transplantes
O governador considerou o episódio uma “crise sem precedentes” e reafirmou a segurança do sistema de transplantes, garantindo que todos os pacientes estão sendo reexaminados:
- “Estão sendo refeitos todos os exames de um total de cerca de 286 pacientes, e até sexta-feira todos terão seus laudos prontos.”
- “A indignação é geral, e já reconhecemos um erro que ocorreu entre dezembro e maio.”
Processos de Auditoria e Investigação
Castro também anunciou que está em andamento uma auditoria no Ministério da Saúde em relação aos protocolos do programa. Ele conversou com a ministra Nísia Trindade sobre o assunto e espera respostas em cerca de dez dias. O governador finalizou destacando a importância de responsabilizar os culpados, mas sem comprometer a credibilidade do programa de transplantes.