Preocupações com o Endividamento Global
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, expressou sua preocupação com o elevado nível de endividamento mundial na última segunda-feira (21). Ele destacou que esse endividamento aumentou significativamente durante a pandemia de covid-19.
Desafios Fiscais e Necessidades Futuras
Campos Neto enfatizou que não houve uma redução dos gastos implementados para mitigar os efeitos da pandemia, o que representa um desafio quando se considera os custos futuros. Ele afirmou:
“O mundo tem muitas contas a pagar, em termos de custos, como a transição verde, a geopolítica e o grande custo da desigualdade gerada durante a pandemia.”
O presidente do BC participou de um evento da 20-20 Investment Association em São Paulo e comentou que, mesmo com a diminuição dos efeitos da pandemia, não observou uma reversão nas políticas fiscais. Em algumas regiões do mundo, pode haver uma “pequena reversão”, mas, de maneira geral, a política fiscal ainda está dissociada da política monetária. Durante a pandemia, houve um período de boa coordenação entre estas duas esferas.
Desigualdade Global nos Gastos
Ele também destacou que os países desenvolvidos gastaram mais que os países de renda baixa durante a crise da saúde pública.
Perspectivas da Inflação
Quanto à inflação global, Campos Neto mencionou que há sinais positivos, com uma convergência dos núcleos de inflação em direção às metas dos bancos centrais. No entanto, ele ressaltou que a inflação dos serviços continua sendo um desafio significativo, principalmente pela forte performance do mercado de trabalho, que também se mostra vigoroso no Brasil.