Pressão pela Paz
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou nesta quarta-feira (23) a necessidade de interromper os combates entre Israel e os grupos militantes Hamas e Hezbollah. Contudo, a situação em Tiro, uma importante cidade portuária no Líbano, foi marcada por intensos ataques aéreos israelenses, evidenciando que não há momento de trégua.
Bombardeios em Tiro
Israel iniciou bombardeios em Tiro, uma cidade reconhecida pela Unesco, somente três horas após divulgar ordens para que os residentes deixassem as áreas centrais. Como resultado, densas nuvens de fumaça se elevaram entre os prédios residenciais da cidade.
Nas últimas semanas, dezenas de milhares de pessoas já haviam evacuado Tiro. Isso ocorre em um contexto de intensificação da campanha israelense contra o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, ambos aliados do Irã.
A viagem de Blinken
Antony Blinken, que frequentemente visita o Oriente Médio desde o início dos conflitos, fez sua primeira viagem após a morte do líder do Hamas na semana passada. Washington espera que essa morte possa revitalizar as negociações de paz.
Essa missão é um dos últimos esforços dos EUA para promover a paz na região antes das eleições presidenciais, que ocorrerão em 5 de novembro, entre a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. A situação pode influenciar a política dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Retaliações e Conflitos
Os EUA também buscam evitar uma escalada do conflito, especialmente em resposta ao ataque de mísseis iranianos em 1º de outubro, que teve como objetivo apoiar o Hezbollah e o Hamas. Em declarações recentes, Blinken afirmou que a retaliação de Israel não deve resultar em uma nova intensificação das hostilidades.
No Líbano, as forças israelenses relataram a morte de três comandantes do Hezbollah e cerca de 70 combatentes nos dois dias anteriores, seguindo a confirmação da morte de Hashem Safieddine, um dos líderes do grupo militante.
Um Chamado à Ação
Durante sua conversa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Blinken destacou a importância de transformar esses sucessos militares em uma vitória estratégica duradoura. Ele enfatizou que era crucial levar os reféns de volta e estabelecer um plano claro para o futuro.
Uma visita planejada à Jordânia foi cancelada sem explicações sobre a nova data.
Impactos no Conflito
A guerra, que durou um ano, resultou na morte de 1.200 israelenses e na captura de mais de 250 reféns. Ao mesmo tempo, Israel realizou operações massivas na Faixa de Gaza, resultando na morte de quase 43.000 palestinos.
Na semana passada, Israel eliminou Yahya Sinwar, considerado o principal responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023. A ação militar também foi intensificada no Líbano contra o Hezbollah, que havia atacado Israel em apoio aos palestinos, deslocando 1,2 milhão de pessoas.
Oportunidade de Paz
A morte de Sinwar é vista por Washington como uma oportunidade para pressionar por um acordo de paz, permitindo que Netanyahu argumente que os objetivos principais foram alcançados em Gaza. Blinken mencionou que novas propostas estão sendo discutidas para libertar os reféns em Gaza e acabar com a guerra.
No entanto, não há sinais de uma trégua. O Hamas declarou que não liberará os reféns sem uma promessa de Israel para encerrar as hostilidades na região. Israel, por sua vez, afirmou que não cessará os combates até que o Hamas e o Hezbollah deixem de ser uma ameaça.
Consequências Humanitárias
Os ataques israelenses no sul do Líbano têm sido contínuos, com cerca de 1,2 milhão de libaneses obrigados a deixar suas casas e um total de 2.530 pessoas mortas, conforme relatórios do governo do Líbano. Na última terça-feira, foi confirmada a morte de Safieddine, que havia se tornado um alvo estratégico nas operações israelenses.
O Hezbollah, liderado por Hassan Nasrallah, enfrenta um de seus maiores desafios desde a sua formação em 1982. O grupo, criado pela Guarda Revolucionária do Irã, se tornou uma força significativa na região, mas agora se vê em dificuldades devido às recentes ações militares israelenses.