A Cúpula dos Brics em Kazan
A Cúpula dos Brics ocorreu em Kazan, na Rússia, e o primeiro dia do evento foi dominado por conversas sobre a reforma das instituições globais. Este tema é visto como um ponto de união entre os países que compõem o bloco econômico.
Reforma das Instituições Globais
De acordo com Américo Martins, analista sênior de Relações Internacionais, existe um consenso entre os integrantes dos Brics sobre a necessidade de reformar organismos como as Nações Unidas. Martins argumenta que essas instituições “já não estão mais dando conta de resolver grandes problemas do mundo”.
Alguns dos desafios destacados incluem:
- A guerra na Ucrânia
- Os conflitos no Oriente Médio
- O combate à fome
Divergências Internas e Preocupações
Apesar de compartilharem um objetivo comum, Martins aponta que há divergências importantes dentro do grupo. Ele menciona uma divisão entre países mais democráticos, como Brasil, Índia e África do Sul, que clamam por reformas institucionais, e nações como Rússia e China, que favorecem alternativas ao sistema atual.
Essa divisão gera preocupações sobre a possibilidade de os Brics se transformarem em um bloco “antiocidente”. Além disso, Martins destaca que diversas nações com regimes autocráticos, como Nicarágua, Cuba, Venezuela, Belarus e Irã, demonstraram interesse em integrar o grupo, buscando maior reconhecimento internacional e uma forma de romper seu isolamento. A entrada desses países pode intensificar as tensões entre as vertentes mais autoritárias e democráticas do bloco.
O Papel do Brasil
Diante desse panorama, o Brasil se destaca como um defensor de uma “visão mais democrática” dentro dos Brics. Juntamente com a Índia e a África do Sul, o Brasil representa uma corrente que busca reformas nas instituições globais, mantendo-se alinhado aos princípios democráticos.