Introdução
O Ministério da Educação (MEC) está preparando um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares em todas as instituições de ensino. Visitas a três colégios que já implementaram essa regra antes mesmo da decisão do ministério revelam que os smartphones são vetados até mesmo durante o recreio.
A Experiência Sem Celulares
Como seria a vida dos alunos sem o uso de celulares na escola? Uma visita a essas instituições traz respostas interessantes e surpreendentes:
- As primeiras semanas de adaptação são desafiadoras, com relatos de “crises de abstinência” entre os alunos.
- Com o tempo, muitos se adaptam e começam a se concentrar melhor nas aulas, reaprendendo a brincar e interagir face a face.
- A professora Maristela Costa da escola Alef Peritz, em São Paulo, menciona que é como sair de um vício.
Situação Atual nas Escolas
O MEC prevê a implementação desta proibição a partir de outubro de 2023, mas, segundo pesquisa TIC Educação 2023, já 28% das escolas brasileiras estão adotando restrições quanto aos smartphones.
O Início da Proibição
Revolta e Resistência
Na Escola Alef Peritz, localizada em São Paulo, a proibição ao uso de celulares começou com o uso de pochetes magnéticas, que ficam trancadas durante o dia.
Os estudantes inicialmente reagiram com revolta. O aluno Leo Gerchfeld expressou sua insatisfação, afirmando que não poder usar o celular nem no recreio era extremo. O coordenador Antonio Arruda confirmou que a adaptação levou algumas semanas, com estudantes questionando o que poderiam fazer durante os intervalos.
Bebês e Dependência de Tela
Na Escola Tarsila do Amaral, nem mesmo crianças pequenas podem entrar com dispositivos. Para facilitar a adaptação, um sistema de “desmame” foi implantado, garantindo que os alunos aprendam a comer e socializar sem telas.
Controle dos Aparelhos
No Rio de Janeiro, o uso de celulares já foi restringido em escolas públicas, e um decreto recente ampliou essas regras para o horário de recreio. Em algumas instituições, os aparelhos são guardados em caixas, com o professor Aluisio Barreto ressaltando as dificuldades enfrentadas no início da proibição.
O Que Mudou na Rotina dos Alunos
Atividades durante o Recreio
Com a proibição dos smartphones, as crianças têm se dedicado a brincar mais. A escola Tarsila do Amaral observou uma significativa mudança nas dinâmicas sociais, com os alunos participando de atividades lúdicas e esportes em vez de interações digitais.
Os adolescentes também notaram a diferença, como Clara Wroclawski, que se adaptou à nova rotina e valoriza a interação pessoal com amigos.
Reflexo nas Aulas
Os estudantes relatam que a proibição teve um impacto positivo em suas aprendizagens. Com menos distrações, muitos perceberam que conseguem se concentrar melhor nas aulas. A aluna Kamilly Luanni, por exemplo, afirmou que a medida foi essencial para sua evolução acadêmica.
Aceitação dos Pais
A maioria dos pais apoia as restrições, embora alguns tenham preocupações sobre a comunicação com seus filhos e a segurança dos aparelhos. As escolas têm buscado soluções para melhorar a comunicação entre os responsáveis e as instituições, além de garantir a segurança dos celulares durante as aulas.
Conclusão
Essas mudanças representam um desafio, mas também uma oportunidade de repensar o uso da tecnologia nas escolas e promover interações mais significativas entre alunos.