Responsabilidade do Hezbollah pelo Ataque com Drone
O Hezbollah declarou “responsabilidade total” por um ataque realizado com um drone que visou a residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na cidade de Cesareia, Israel, no último sábado (19).
Nesta terça-feira (22), as autoridades israelenses confirmaram que o drone efectivamente atingiu a casa do premiê. O porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, divulgou um comunicado afirmando que a organização tomou a frente da operação.
Em suas declarações, Afif alertou: “Se ainda não chegamos até você, saiba que entre nós e você estão os dias, as noites e o campo de batalha.”
O porta-voz de Netanyahu confirmou que o prêmio e sua esposa não estavam em casa no momento do ataque. Netanyahu respondeu afirmando que os “agentes do Irã” responsáveis pelo ataque pagariam por seu ato.
No dia seguinte, o Irã negou qualquer envolvimento no ataque, afirmando que a operação foi exclusivamente do Hezbollah.
Contexto da Escalada de Conflitos no Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel, ocorrido no dia 1º de outubro, representou uma nova fase no conflito regional do Oriente Médio. De um lado, está Israel, apoiado pelos Estados Unidos; do outro, o Eixo da Resistência, que recebe suporte financeiro e militar do Irã e é composto por diversos grupos paramilitares.
Atualmente, existem sete frentes de conflito ativas:
- república islâmica do Irã;
- Hamas, na Faixa de Gaza;
- Hezbollah, no Líbano;
- governo sírio e suas milícias;
- Houthis, no Iémen;
- grupos xiitas no Iraque;
- organizações militantes na Cisjordânia.
Israel mantém tropas em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas demais, realiza bombardeios aéreos. No dia 30 de setembro, o Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que eliminou grande parte da liderança do Hezbollah em recentes ataques. No dia 23 de setembro, o Líbano registrou o dia mais letal desde a guerra de 2006, com mais de 500 fatalidades.
Entre as vítimas, pelo menos dois adolescentes brasileiros foram confirmados mortos nos ataques. O Itamaraty expressou condenação pela situação e pediu o fim das hostilidades. Em resposta ao aumento da violência, o governo brasileiro planejou uma operação de repatriação para cidadãos brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, as forças israelenses estão focadas na desarticulação de grupos que se opõem à ocupação de Israel. Enquanto isso, em Gaza, Israel continua com suas ações contra o Hamas. O ataque do Hamas em 7 de outubro resultou em mais de 1.200 mortes, de acordo com informações do governo israelense. Até agora, a operação israelense causou mais de 40 mil mortes entre palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro em Rafah.