Homicídio de Amanda Eduarda em São Carlos
No dia 21 de outubro, a travesti Amanda Eduarda, de 28 anos, foi morta em uma tentativa de invasão a um prédio no bairro Parque Faber, em São Carlos, SP. O óbito ocorreu devido a asfixia resultante de um golpe conhecido como “mata-leão”, conforme indicado no atestado de óbito elaborado pela médica legista de plantão e anexado ao boletim de ocorrência.
Detalhes do Caso
O zelador do condomínio foi preso inicialmente, mas foi liberado após audiência de custódia. Ele responderá ao processo em liberdade, seguindo algumas medidas cautelares que incluem:
- Comparecimento mensal em juízo.
- Participação em todos os atos do processo.
- Notificação ao juízo em caso de mudança de endereço.
- Manutenção do endereço atualizado, sob pena de revogação do benefício.
Comportamento da Vítima
Testemunhas relataram que Amanda estava com um comportamento agressivo. Ela tentou inicialmente entrar no shopping Iguatemi, mas foi impedida. Em seguida, dirigiu-se ao prédio onde, supostamente, entrou pela janela. Durante a tentativa de contê-la, o zelador aplicou um golpe “mata-leão”, mantendo-a no chão com o joelho sobre seu tórax. A situação foi capturada por câmeras de segurança.
A Polícia Militar foi acionada e encontrou Amanda desacordada. Os policiais realizaram primeiros socorros, mas os esforços, incluindo massagem cardíaca, foram em vão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência também esteve presente e atestou o falecimento.
Investigação e Reação da Comunidade
O corpo de Amanda foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) de São Carlos, onde o laudo confirmou que a causa da morte foi asfixia mecânica por sufocação indireta decorrente do golpe “mata-leão”.
A ONG Associação da Parada da Diversidade São Carlos (APOLGBT) se pronunciou nas redes sociais, expressando sua tristeza pela morte de Amanda e demandando uma apuração rigorosa e transparente sobre o ocorrido. A nota da ONG destaca:
“Infelizmente, o Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de apenas 35 anos. Mas não aceitaremos essas estatísticas como destino! Continuamos lutando para vencer esses números, para garantir direitos, respeito e vida para nossa comunidade. Exigimos investigação rigorosa e transparente para apurar os verdadeiros motivos deste óbito.”
A APOLGBT se solidarizou com os familiares e amigos de Amanda, reafirmando que sua memória e luta continuarão a inspirar a comunidade em busca por vidas dignas e seguras para todas as pessoas LGBTQIAPN+.