Cenário Atual em Relação a Israel
Israel tem enfrentado críticas severas de líderes europeus que buscam evitar a continuidade das hostilidades em Gaza e no sul do Líbano.
Pressões da União Europeia
As críticas variam desde pedidos de suspensão total das vendas de armas a Israel até discussões sobre a possibilidade de sanções a ministros israelenses de extrema direita. Os líderes da União Europeia (UE) estão se mobilizando na tentativa de persuadir o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a negociar um cessar-fogo.
Essas pressões ganharam força após os ataques de Israel a bases de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano, onde estão estacionadas tropas europeias. Hugh Lovatt, pesquisador do Programa do Oriente Médio e Norte da África, ressaltou que os laços entre Israel e a UE estão passando por uma tensão sem precedentes.
Mudança de Posição da UE
A posição da UE se transformou drasticamente desde o dia 7 de outubro do ano anterior, quando o apoio a Israel era visto como inabalável após um ataque do Hamas que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas e na captura de 250 reféns.
No entanto, à medida que as retaliações israelenses se intensificaram, levando à morte de mais de 42.000 pessoas em Gaza, os países europeus começaram a se distanciar de Israel.
Frustração com a Diplomacia dos EUA
A crescente crítica por parte da Europa ocorre em um momento em que os Estados Unidos parecem relutantes em exercer uma pressão significativa sobre Israel, especialmente com as eleições presidenciais se aproximando. Lovatt mencionou a frustração nas capitais da Europa Ocidental com a abordagem diplomática dos EUA, que muitos acreditam ser insuficiente para moderar as ações israelenses.
No final de semana passado, a administração Biden enviou uma carta ao governo israelense exigindo melhorias nas condições humanitárias em Gaza, com um prazo de 30 dias antes de possíveis consequências legais para a assistência militar aos EUA.
Críticas da União Europeia
O diplomata da União Europeia, Josep Borrell, expressou preocupação sobre a rapidez com que as mortes estão ocorrendo, alertando que um mês para melhorar as condições humanitárias é um prazo muito longo. A pressão da UE está crescendo, e as resoluções de fóruns internacionais sobre Israel estão em debate.
Tensões no Líbano
A operação militar de Israel contra o Hezbollah no sul do Líbano gerou críticas ainda mais intensas. Os ataques a postos da missão de manutenção da paz da ONU (Unifil) resultaram em ferimentos a soldados da paz, elevando o descontentamento europeu.
Enquanto Israel afirma que não tem intenção de prejudicar as forças de paz, acusações de que o Hezbollah estaria usando esses soldados como escudos humanos têm sido apresentadas. O primeiro-ministro Netanyahu pediu a retirada imediata da missão da ONU.
Reações da Comunidade Internacional
Os líderes da Itália e da França também expressaram suas preocupações. O presidente francês Emmanuel Macron lembrou que a criação de Israel foi respaldada por uma decisão da ONU, reiterando a necessidade de respeitar essas decisões.
Netanyahu, por outro lado, defendeu que a criação do Estado de Israel foi resultado da luta de seus soldados, que sofreram durante o Holocausto.
Apoio Militar e Restrições
A Itália, que historicamente é uma das principais fornecedoras de armas a Israel, anunciou a suspensão de novas licenças de exportação após o início do conflito, estabelecendo uma política de restrição mais rigorosa do que outros países europeus.
Críticos como os líderes irlandeses e espanhóis têm solicitado à UE que reavalie seu Acordo de Associação com Israel, alegando violações de direitos humanos. A possibilidade de revisão desse acordo, que impactaria o comércio entre a UE e Israel, está sendo considerada pela alta cúpula da UE.
Além disso, o Reino Unido tem considerado sanções contra ministros da extrema direita israelense, enfatizando a importância de respeitar o direito humanitário internacional.
Apoio Contínuo da Alemanha
Apesar das críticas générale, a Alemanha continua sendo um forte aliado de Israel, aumentando suas exportações de armas para o país. O chanceler Olaf Scholz reafirmou o compromisso da Alemanha em fornecer apoio militar, destacando que a segurança de Israel é uma “razão de Estado” para seu governo.
O passado nazista da Alemanha e sua responsabilidade durante o Holocausto influenciam profundamente sua política externa em relação a Israel.
Considerações Finais
As relações entre Israel e seus aliados europeus são complexas e variam em intensidade conforme as circunstâncias. A contínua pressão da comunidade internacional pode levar a mudanças significativas na dinâmica do apoio a Israel, principalmente em um momento em que a situação humanitária em Gaza é crítica.