Análise da Situação Econômica da China pelo FMI
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a China não pode mais depender unicamente das exportações para impulsionar sua economia. Em entrevista dada à Reuters na última quinta-feira, 17 de outubro, ela alertou sobre o risco de um crescimento mais lento no país, a menos que haja uma mudança para um modelo econômico focado no consumidor.
Perspectivas de Crescimento
Georgieva destacou que, se a China mantiver seu modelo atual de crescimento baseado em exportações, pode enfrentar um crescimento abaixo de 4% no médio prazo, o que seria um cenário desafiador em termos sociais. Segundo ela, uma transição é essencial para garantir um crescimento mais sustentável.
Reuniões Anuais e Tensão Comercial
Durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Washington, um dos tópicos centrais será o impacto das crescentes tensões comerciais resultantes da grande quantidade de exportações chinesas.
- Georgieva enfatizou que a pesquisa do FMI indica que a China tem potencial para uma taxa de crescimento maior se implementar mudanças que aumentem a confiança do consumidor.
- Ela afirmou: “A China está na encruzilhada. Se eles continuarem com seu modelo atual, haverá problemas.”
Desafios do Modelo Atual
A dirigente do FMI observou que a dependência das exportações já não pode ser considerada uma estratégia viável para uma economia tão robusta como a da China. Para ela, Pequim não pode mais esperar por “algum milagre” que justifique a manutenção desse modelo.
Iniciativas de Estímulo Fiscal
Georgieva comentou sobre os recentes planos de estímulo fiscal apresentados pela China, que visam revitalizar a confiança do consumidor, afetada por uma crise imobiliária prolongada. A queda na demanda interna fez com que uma parte significativa da produção industrial fosse direcionada para exportações, elevando as barreiras tarifárias em mercados como Estados Unidos e Europa.
Propostas de Reformas Estruturais
A diretora do FMI sugeriu que são necessárias reformas mais profundas para transformar a economia chinesa em um modelo centrado no consumo, incluindo:
- Reformulação do sistema previdenciário: Fortalecer a rede de segurança social para reduzir a necessidade de poupanças excessivas.
- Investimento em setores essenciais: Focar no desenvolvimento das áreas de saúde e educação.
Posição do FMI sobre a China
Quando questionada sobre a crítica de um funcionário do Tesouro dos EUA, que acusou o FMI de ser “educado demais” ao lidar com a China, Georgieva refutou a afirmação, ressaltando que o Fundo há muito tempo demanda reformas na política de subsídios e a necessidade de igualdade entre empresas estatais e privadas.
“Sempre falamos o que vemos”, concluiu Georgieva.