Subida das Taxas dos DIs
As taxas dos DIs aumentaram pela quarta vez consecutiva nesta sexta-feira (18), aproximando-se dos 13% em vários vencimentos. Esse movimento reflete a desconfiança em relação à política fiscal do governo Lula, em meio a um cenário incerto também no âmbito internacional.
Movimentação das Taxas em Outubro
Até o momento, em outubro, as taxas avançaram em dez das 14 sessões. No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 era de 11,192%, um leve aumento em relação aos 11,182%% do ajuste anterior. Veja abaixo as taxas em alguns dos vencimentos:
- Janeiro de 2025: 11,192% (anterior: 11,182%)
- Janeiro de 2027: 12,92% (anterior: 12,849%)
- Janeiro de 2028: 12,955% (anterior: 12,89%)
- Janeiro de 2030: 12,97% (anterior: 12,917%)
- Janeiro de 2033: 12,86% (anterior: 12,829%)
Desconfiança na Política Fiscal
A desconfiança em relação à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas continuou a afetar as taxas futuras no Brasil. Embora os rendimentos dos Treasuries estejam em queda no exterior, o pessimismo com as contas públicas sustentou as taxas e a cotação do dólar em relação ao real. Para profissionais do mercado, não houve novidades no cenário fiscal nesta sexta-feira que pudessem mudar essa perspectiva.
Declarações de Autoridades
Durante um evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a necessidade do Brasil crescer de forma sustentável. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presente no mesmo evento, anunciou a possível abertura de crédito especial para aqueles afetados pelo apagão em São Paulo.
Análise do Cenário Externo
Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos, comentou que além da pressão fiscal, o cenário internacional também não é favorável para a redução das taxas no Brasil. Segundo ele, a incerteza sobre a política monetária dos Estados Unidos, aliado ao potencial de uma administração mais protecionista com Donald Trump, impacta diretamente o câmbio brasileiro.
Expectativas do Mercado
No pior momento do dia, às 11h27, a taxa do DI para janeiro de 2030 chegou a 12,99%. Algum tempo depois, a curva de juros indicava uma probabilidade de 90% para uma alta de 50 pontos-base na Selic em novembro, em oposição a 10% para uma elevação de 75 pontos-base. A Selic atualmente está em 10,75%% ao ano.
Rendimentos dos Treasuries
Às 16h37, o rendimento do Treasury de dois anos teve uma queda de 4 pontos-base, atingindo 3,95%%. O retorno do Treasury de dez anos, referência global para decisões de investimento, caiu 2 pontos-base, chegando a 4,075%%.