Operação da Polícia Civil do Distrito Federal
A Polícia Civil do Distrito Federal realiza, na manhã desta terça-feira (8), a execução de nove mandados de busca e apreensão contra um grupo criminoso especializado em fraudes em instituições bancárias e na lavagem de dinheiro.
A Investigação
Conforme apurado, o grupo se localiza no bairro de Brazlândia (DF) e é liderado por uma mulher que foi presa na primeira fase da operação, ocorrida em junho do ano passado. A estrutura da organização é de natureza familiar, contando com a participação de outros parentes da líder e de funcionários de bancos.
Os mandados estão sendo cumpridos em diversas localidades: Brazlândia, Gama (DF), Arniqueira (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso (GO) e Águas Lindas (GO). Ao todo, 18 pessoas estão sendo investigadas por sua associação ao grupo criminoso.
O Esquema Criminoso
A investigação de um ano e meio realizada pela 18ª Delegacia revelou um esquema fraudulento envolvendo empréstimos em bancos. A participação cobrada pelos facilitadores do esquema variava de 5% a 20% do valor emprestado pelas instituições financeiras.
Gerentes de um banco público e de bancos privados estavam implicados no esquema, possibilitando a concessão de empréstimos a juros abaixo do mercado, por meio de financiamentos imobiliários. Além disso, foram utilizados documentos falsificados para obter os créditos, com o conhecimento dos gerentes participantes. A segunda fase da operação tem como foco essa prática fraudulenta.
Perfis dos Envolvidos
Dentre os alvos dos mandados executados hoje, destacam-se três perfis: corretores, fraudadores e intimidadores.
- Corretores: responsáveis por oferecer condições de crédito ilegais aos beneficiários, funcionando como aliciadores para o grupo.
- Fraudadores: criavam a documentação falsa necessária para sustentar os créditos obtidos de forma ilícita, falsificando notas fiscais, procurações e escrituras de imóveis.
- Intimidadores: considerados os membros mais perigosos do grupo, ameaçavam os “clientes” que tentavam se afastar do empréstimo fraudulento.
Os intimidadores têm vínculos com criminosos que possuem histórico de tráfico de drogas, estupro, roubo e furto. Essa associação era utilizada para ameaçar e coagir as vítimas que desejavam desistir de suas operações fraudulentas.
Movimentações Financeiras
O dinheiro oriundo do esquema criminoso sustentava o estilo de vida do grupo e era utilizado para a aquisição de empresas. Por conta disso, a operação recebeu o nome de “Rainha do Gado”.
Relatórios de inteligência financeira, gerados na primeira fase da operação, indicaram que o grupo movimentou R$ 32.789.750,00 em transações suspeitas, apesar de a renda mensal declarada da líder ser de apenas R$ 9.433,34. Na segunda fase da operação, foram identificados outros R$ 12 milhões, supostamente ilícitos, movimentados em menos de um ano, totalizando R$ 54.543.627,00 em transações nos últimos cinco anos.