A Morte de Yahya Sinwar e o Papel dos EUA
Na quinta-feira, 17, os Estados Unidos confirmaram que suas forças não estavam envolvidas na operação israelense que resultou na morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar. No entanto, foi mencionado que a inteligência americana forneceu informações sobre líderes do Hamas.
O major-general da Força Aérea dos EUA, Patrick Ryder, que é porta-voz do Pentágono, esclareceu: “Esta foi uma operação israelense. Não houve forças dos EUA diretamente envolvidas.”
Ryder também acrescentou: “Os Estados Unidos ajudaram a contribuir com informações e inteligência relacionadas à recuperação de reféns e ao rastreamento e localização de líderes do Hamas.” Ele enfatizou que essa colaboração foi geral e não específica para a operação que levou à morte de Sinwar. “Novamente, esta foi uma operação israelense,” disse ele, sugerindo que perguntas sobre os detalhes da operação deveriam ser direcionadas a Israel.
Quem Foi Yahya Sinwar?
Yahya Sinwar, uma figura importante dentro do Hamas, nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza. Ele teve um papel crucial na construção do braço militar do grupo e, como líder político, desenvolveu novas alianças com potências árabes regionais.
Em 2017, Sinwar foi eleito membro do Politburo, o principal órgão de decisão do Hamas, onde logo se tornou seu líder de fato, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR).
Desde 2015, ele é considerado um terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA e enfrenta sanções do Reino Unido e da França. Sinwar tem sido um personagem central em um contexto de instabilidade e conflito na região.
O Conflito na Faixa de Gaza
O conflito na Faixa de Gaza intensificou-se com os ataques aéreos realizados por Israel desde o ano passado, após invasões do Hamas que resultaram em cerca de 1.200 mortes israelenses, conforme registros do governo de Israel. O Hamas mantém dezenas de reféns, o que complica ainda mais a situação.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repetidamente expressou a intenção de destruir as capacidades militares do Hamas e assegurar a libertação dos reféns.
Além dos ataques aéreos, Israel tem realizado incursões terrestres na Faixa de Gaza, o que provocou deslocamentos significativos na população local. A ONU e diversas organizações humanitárias alertam sobre uma situação humanitária catastrófica na região, caracterizada pela escassez de alimentos, medicamentos e a disseminação de doenças.
Após cerca de um ano de conflito, diversas manifestações ocorreram em Israel, com a população pedindo a renúncia de Netanyahu, acusando-o de não conseguir estabelecer um cessar-fogo para a liberação dos reféns.