Declarações de Benjamin Netanyahu
Na última quinta-feira (17), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, representa uma oportunidade para a paz no Oriente Médio. No entanto, ele enfatizou que a guerra na Faixa de Gaza ainda não chegou ao fim.
“Hoje acertamos as contas. Hoje o mal foi atingido com um golpe, mas nossa missão ainda não foi concluída”, declarou Netanyahu em um vídeo. Ele também se dirigiu às famílias de reféns, afirmando que esse é um momento crucial na guerra e que as ações continuarão até que todos os entes queridos estejam em segurança. “Continuaremos com força total”, concluiu.
Em relação aos moradores de Gaza, Netanyahu os incentivou a ver a situação como uma “oportunidade” para se livrarem da tirania do Hamas. Ele elogiou os “soldados heróicos” envolvidos na operação e reafirmou que a liderança do Hamas será eliminada.
O primeiro-ministro ainda comentou que agora está claro para o mundo o motivo de Israel não ter encerrado a guerra.
Quem foi Yahya Sinwar?
Yahya Sinwar, uma figura proeminente no Hamas, nasceu em 1962 no campo de refugiados de Khan Younis, localizado no sul de Gaza. Ele desempenhou um papel fundamental na construção do braço militar do Hamas, além de estabelecer ligações importantes com potências árabes da região como líder civil e político.
Em 2017, Sinwar foi eleito para o Politburo, o principal órgão de decisão do Hamas, tornando-se o líder político do grupo em Gaza. Desde então, ele passou a ser reconhecido como o líder de fato do Politburo, segundo uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR).
A partir de 2015, Sinwar é considerado um terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Contexto do Conflito na Faixa de Gaza
O conflito na Faixa de Gaza intensificou-se com os ataques aéreos de Israel, iniciados no ano passado, após uma invasão do Hamas que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, conforme contagens israelenses. O Hamas continua mantendo vários reféns e não reconhece Israel como um Estado, reivindicando o território israelense para a Palestina.
Benjamin Netanyahu já se comprometeu diversas vezes a destruir as capacidades militares do Hamas e a resgatar os reféns detidos em Gaza. Além das operações aéreas, o Exército de Israel também realiza incursões terrestres no território palestino, o que tem provocado o deslocamento de grande parte da população da região.
A ONU e várias organizações humanitárias alertam sobre uma séria situação humanitária na Faixa de Gaza, caracterizada pela escassez de alimentos, medicamentos e a propagação de doenças.
Após cerca de um ano de conflitos, muitos israelenses começaram a se manifestar nas ruas, protestando contra Netanyahu e acusando-o de não conseguir firmar um acordo de cessar-fogo para a libertação dos reféns.