Desempenho dos Títulos Públicos
Os títulos públicos prefixados e aqueles indexados à inflação, com vencimento de curto prazo, estão atingindo suas máximas históricas com frequência, conforme um estudo realizado pela Elos Ayta.
Os analistas apontam que essa situação é impactada por incertezas fiscais, tanto internas quanto externas, sendo a economia mais robusta dos EUA um fator relevante nesse contexto. Jáder Mendonça, sócio da Convexa Investimentos, destacou que os títulos com vencimento mais longo alcançaram altos níveis na segunda-feira (14), mas logo enfrentaram uma queda, enquanto os títulos de curto prazo continuaram a subir.
O aumento nas expectativas de juros futuros resulta na desvalorização dos títulos públicos mais antigos, já que os preços são determinados pela marcação a mercado, ou seja, pelo valor que esses títulos estão sendo negociados no momento.
Esses títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional com o objetivo de financiar a dívida pública do governo.
Ainda Compensa Investir?
De acordo com Mendonça, a instabilidade política, tanto no Brasil quanto no exterior, pode aumentar a aversão ao risco dos investidores, que tendem a buscar maior segurança nos produtos financeiros da renda fixa, conhecidos por serem os ativos mais seguros no mercado financeiro. No segundo trimestre deste ano, a renda fixa recebeu 1,2 milhão de novos investidores pessoas físicas, conforme dados da B3, a Bolsa de Valores do Brasil.
Mendonça alerta que mudanças abruptas nas políticas econômicas ou crises políticas têm o potencial de gerar volatilidade nos mercados e afetar negativamente os investimentos. Em um cenário de incertezas, os investidores tendem a proteger seu patrimônio, buscando rendimentos acima da inflação e, muitas vezes, evitando a renda variável, enquanto permanecem atentos às taxas mais altas oferecidas pelos títulos.
Gustavo Corradi Matos, economista e CIO da Medici Asset, ressalta a forte influência do cenário doméstico e externo na formação dos preços desses títulos. No Brasil, questões fiscais estão aumentando a aversão ao risco, levando o governo a emitir títulos com taxas de juros superiores. Se essa tendência continuar, títulos com taxas mais baixas podem enfrentar desvalorização.
Mendonça recomenda cautela para aqueles que planejam vender esses títulos antes do vencimento, pois a situação fiscal pode obrigar a venda por um preço inferior ao de compra. No entanto, se o investidor optar por manter o ativo até o vencimento, a situação é considerada mais tranquila.