Atrasos e Mudanças nas Escalas de Navios para Exportação de Café no Brasil
Os frequentes atrasos e alterações nas escalas de navios destinados à exportação de café no Brasil resultaram em um acúmulo de 2,155 milhões de sacas de café que ainda não foram exportadas até setembro deste ano. Essa informação foi obtida através de um levantamento realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Impacto Econômico das Exportações Não Realizadas
Com um preço médio de US$ 269,40 por saca de café verde em setembro de 2023 e uma média de dólar a R$ 5,54, o Brasil deixou de receber cerca de US$ 580,55 milhões, o que equivale a R$ 3,217 bilhões em receita cambial ao longo desse período.
De acordo com o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, os associados relataram um custo extra de R$ 5,938 bilhões gerado por vários fatores, como detentions, armazenagens adicionais, pré-stacking e gate antecipado. Esses custos foram causados pelos altos índices de atraso nas operações e pelas constantes mudanças nas escalas dos navios.
Problemas de Infraestrutura Portuária
A falta de uma infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas também tem impactado negativamente os exportadores de café no Brasil. O diretor do Cecafé apontou que os portos não têm evoluído na mesma velocidade que o setor agropecuário, levando a uma infraestrutura inadequada e à necessidade de ampliação para atender embarcações de maior porte.
Atrasos nos Principais Portos do Brasil
No mês de setembro, aproximadamente 69% dos navios, o que equivale a 190 embarcações de um total de 277, sofreram alterações nas escalas ou atrasos nos principais portos do Brasil, conforme o Boletim Detention Zero. Este boletim é elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.
O Porto de Santos (SP), o principal terminal de escoamento dos cafés brasileiros para o exterior, registrou um índice de 84% de atraso em setembro, com 108 dos 129 navios enfrentando problemas. Por sua vez, o complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ) teve um índice de atrasos de 58%, com um intervalo máximo de 29 dias entre o primeiro e o último prazo de entrega para as embarcações, afetando 42 dos 72 navios programados para as remessas de café.