Problemas em Craíbas (AL)
A Justiça Federal de Alagoas determinou a investigação das causas das rachaduras em mais de 400 casas na cidade de Craíbas. Muitas dessas residências apresentam risco de desabamento, conforme informações fornecidas pela Defesa Civil.
Impacto na Comunidade
Nos últimos três anos, uma montanha de detritos foi formada na região, afetando a vida dos pequenos agricultores locais. Muitos deles se veem limitados a uma pequena área de terra nos fundos de suas casas. Maria Verediana Araújo, uma agricultora da região, relatou: “O terreno está improdutivo para a lavoura. Aí, hoje em dia, a gente está sem poder cultivar.”
Tensão e Insegurança
A situação é ainda mais difícil para os moradores, que vivem com o constante barulho e a insegurança de não poder descansar. Josefa Maria Pereira da Silva, agricultora, expressou a angústia de viver em um ambiente assim: “A gente vive uma vida assim, aperreada. De noite, a gente não tem sossego para dormir.”
Causas das Rachaduras
A deterioração das casas começou em várias áreas do município, especialmente nas proximidades da mina do Serrote, onde a extração de cobre ocorre. Em junho de 2023, a Defensoria Pública da União tomou a iniciativa de entrar com uma ação civil pública, buscando respostas sobre os impactos da mina na estrutura das residências.
Relatos de Risco
De acordo com Diego Martins Alves, advogado da DPU, a situação é alarmante: “Hoje, nós entendemos que existe um risco já identificado pela Defesa Civil do estado, em que mais de 70 casas estão na iminência de desabamento.” Os moradores relatam ainda problemas de saúde e a morte de animais em consequência do ambiente em deterioração.
Posição da Mineradora
A mina do Serrote é responsável pela extração de pouco mais de 4 milhões de toneladas de cobre por mês. O gerente da empresa, Breno Delfino Martins, defende que as explosões realizadas na mina não têm relação com as rachaduras nas casas. Ele afirma que os processos estão dentro dos limites legais permitidos pelas autoridades competentes.
Estudos e Conciliações
A mineradora se mostrou a favor da realização de estudos para elucidar as causas das rachaduras, mas contestou a decisão de instalar sensores, alegando que o custo era elevado. Martins ressaltou: “Nós estamos seguros de que não são relacionadas a esse processo.”
Por outro lado, os moradores que ainda não venderam suas casas aguardam ansiosamente a identificação do responsável pelas rachaduras. O agricultor Renato Pereira de Freitas compartilhou sua frustração: “Eu não tenho mais terreno para trabalhar. Sou agricultor, vivo disso, minha família também.”
Conclusão
A situação em Craíbas é um reflexo da complexa relação entre a atividade mineradora e a vida nas comunidades vizinhas. A espera por respostas e soluções se torna cada vez mais urgente para os moradores da região.